Por Luis Nassif, Jornal GGN
Na semana passada, o Ministro Luis Roberto Barroso deu mais um passo em direção à nova era das trevas, ao desqualificar o papel da escola como ambiente de sociabilidade, de formação da nacionalidade, de criação de valores e laços de solidariedade.
Diz o artigo 206 da Constituição Federal, com clareza total:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Seu voto, admitindo o ensino em casa, além de afrontar a Constituição, é a expressão acabada das propostas do movimento “escola sem partido”.
Abandonar a obrigatoriedade do ensino na escola significará desobrigar o poder público da responsabilidade de universalizar o ensino, estimula a formação de guetos radicais – da extrema direita, que vê na escola uma arma marxista, à extrema esquerda, que considera a escola como reprodutora do sistema.
Barroso daria um excelente estudo de caso sobre o caráter dos homens públicos brasileiros, estudo que poderá explicar a facilidade com que as instituições aderiram ao retrocesso político, social e moral que assola o país e deixaram de conduzir para serem conduzidas pela besta das ruas.
De um lado, por temor ou ambição, há a biruta de aeroporto orientando suas carreiras de acordo com os ventos do momento. De outro, uma profunda incultura geral, que Barroso já havia demonstrado na estilização de orelha de livro de teses sociológicas, para adaptá-las à sua visão preconceituosa. Essa mesma ignorância se manifesta nos temas pedagógicos, atropelando séculos de discussões “iluministas” de pedagogia e do papel da escola na educação.
Não se tenha dúvida de que está se credenciando para ser o Darth Vader do Judiciário, o lado escuro da força, em caso de vitória do atraso.