Por Pio Redondo, Brasil Notícia –
Eu defendo o processo de apuração. Eu não tenho medo da verdade. Eu tenho segurança do que eu fiz na campanha. O maior defensor desse processo sou eu. Eu espero que ao final de tudo isso a verdade prevaleça”, garantiu o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT), depois de ter participado, nesta segunda-feira, em Brasília, do desfile de 7 de Setembro.
Demonstrando convicção, Edinho Silva, que também foi tesoureiro da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, se referiu à investigação da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre delação premiada do executivo Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, que afirmou ter sofrido pressão do ministro para que a empreiteira contribuísse, em troca da manutenção de seus contratos com a Petrobras.
Enviada pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), a denúncia foi acatada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da operação Lava Jato, que autorizou a abertura do inquérito na justiça federal do Paraná, conduzido pelo juiz Sérgio Moro.
O ministro usa fortes argumentos em sua defesa: além do caráter legal das doações, todas declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há o fato de que os partidos de oposição também terem recebido doações das mesmas empreiteiras investigadas pela Lava Jato. Na verdae, em volume maior.
Levantamento do portal de transparência Às Claras indica que, na campanha eleitoral de 2014, o PSDB foi o maior beneficiário das 15 grandes empresas doadoras. As empreiteiras investigadas estão aí incluidas: R$ 162,5 milhões para os tucanos, contra R$ 138,1 milhões ao PT, uma expressiva diferença superior a R$ 24 milhões.
Mesmo em relação às doações da UTC, em 2014, os partidos que fazem oposição cerrada o governo Dilma, no Congresso e nas ruas – PSDB e DEM – receberam o mesmo montante que o PT, pouco mais de R$ 13 milhões.
Por conta destes fatos, o ministro diz que prefere esperar os desdobramentos do caso, adiantando, desde já, o seu terceiro argumento contrário à deleção de Pessoa. “Eu prefiro esperar. Só para a gente recuperar, um delator disse que eu o pressionei para fazer doação. Eu dialoguei com dezenas de empresários do Brasil. Ninguém ouviu isso de outro empresário”, afirmou.
Convém lembrar que o então executivo da UTC assinou o termo de delação premiada 16 dias depois de solto por decisão do STF, e de estar confinado por seis meses em celas da PF e do Complexo Médico Penalm, em Curitiba.