Por Carlos Eduardo Alves, jornalista
Miriam Leitão, um caso sério. E eis que Miriam Leitão defende em sua coluna que Bolsonaro é mesmo genocida. Muita gente bem-intencionada das esquerdas reproduz acriticamente as palavras da jornalista. Ok, a amplitude de uma frente para abreviar o pesadelo promovido por Bozo é um velho e bom tema para discussão, mas não será abordado aqui.
Para saciar eventuais curiosidades, sou a favor de uma frente amplíssima para derrotar o fascismo genocida. Lá na frente, enterrado politicamente o genocida, a gente briga de novo. Ponto.
O que não dá, no caso de Miriam Leitão e de quase todo colunismo econômico da mídia brasileira, é desvincular eventuais críticas à condução genocida na pandemia ao apoio à política econômica higienista social de Paulo Guedes.
Afinal, esse colunismo mercadista é quem garante lugar de fala e a audiência desses jornalistas. E o fato é que, no terreno específico, é impossível dissociar as atrocidades de Bozo de Guedes.
É a política econômica defendida por Miriam (tem um senhora na CNN que consegue ser pior, acreditem no inacreditável) e outros do colunismo mercadista que avalizou o constante sucateamento do SUS, para ficarmos apenas na questão da pandemia.
O senso comum idiotizado que levou ao absurdo criminoso do “Teto dos Gastos” foi incentivado por Miriam Leitão e seus iguais na mídia.
O processo de sufocamento da Saúde Pública brasileira tem a digital dessa gente. Assim como confundir investimento em pesquisa, conhecimento e capacitação com despesa.
É a turma que interpreta auxílio emergencial e programas de inclusão como um problema maior do que o indecente lucro da banca.
Portanto, a pancada em cima do genocida é bem-vinda. Mas dissociar Bozo de Guedes é apenas no fundo querer trocar um tosco por alguém mais limpinho que sabe usar talher, mas que quer é continuar com o homicídio social da meritocracia fake, que é na prática a perenização da exclusão social.