As pessoas se revelam nos detalhes, e o momento atual tem sido de queda de máscaras.
Está em voga dizer: “Ela é petista”, se você for explicar tecnicamente qualquer coisa. A invenção é do Olavo de Carvalho e tem o propósito de desqualificar a fala da gente, porque antes ele plantou no senso comum a ideia de que petista trata política como religião, que são fanáticos.
Assim, as informações não podem ser emitidas entre os alienados, eles não as toleram. Além de emburrecê-los, Olavo de Carvalho meteu na orelha deles um tampão de ouvidos com esse tipo de associação primária.
Então, quando aquela suposta pessoa do bem e da paz diz “apenas” : “ela é petista”, e isso causa em mim uma fúria destemperada, é reação a minha incapacidade de aceitação de ver pessoas queridas entrando nos vagões do trem que as levará aos fornos incineradores de uma política suja e vil, destino das nações dominadas pelos nazistas históricos ou modernos.
Qualquer brasileiro que supõe estarmos vivendo um momento comum, engana-se. Estamos no limiar de definição do destino de 200 milhões de pessoas, como esteve a Alemanha na gestão de Hitler, o Irã na década de 70, Líbia, Síria e Egito em 2011, o Brasil na década de 60.
Se entendem que Madre Tereza deixou o mundo para cuidar dos pobres, não entendo a resistência de quem não aceita que eu me retire parcialmente das situações corriqueiras para evitar que tenhamos de nos isolar para cuidar dos pobres que ameaçam se tornar outra vez uma maioria em nosso país.
Estranho não é a dedicação à política. Estranho pra mim é a omissão num momento crítico e definitivo.