Mitos caídos da eleição de 2014

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Por José Carlos Asbeg, jornalista e cineasta

A Nova Política de Marina Silva se revelou uma farsa. Acomodada de última hora no quarto partido que frequentou nos últimos anos, Marina irrompeu como um Sputnik e acabou como buscapé. Apresentou-se como a paladina de uma neo política, imaculada, para no final se aliar à oligarquia mineira dos Neves, uma das mais retrógradas do país. A pureza pregada pela candidata do PSB não resiste a uma rápida visão dos seus aliados, muitos dos quais se sentiriam muito à vontade nos partidos nazifascistas de Hitler e de Mussolini.




Desconstrução. A mídia golpista que trabalhou incansavelmente durante quatro anos para desconstruir a presidenta, e o Manchetômetro está aí como prova contundente da campanha sofrida por Dilma, fez de tudo para ocultar as contradições de seus candidatos prediletos. Marina Silva e Aécio Neves não podiam ser questionados em nada. À medida que suas propostas foram sendo expostas, ficaram sujeitas às críticas normais do processo eleitoral. A mídia taxou as críticas de ataques e baixarias. Um primor de parcialidade maliciosa da imprensa que não teve vergonha alguma em quebrar os princípios básicos da ética jornalística.

Liberdade de imprensa. O que vimos foi a liberdade que jornais, revistas, rádios e TVs tiveram de imprensar, encurralar, a presidenta Dilma e o PT. A ‘entrevista’ de William Bonner e Patrícia Poeta com a presidenta no Jornal Nacional, da TV Globo, vai ficar para sempre na história como um dos momentos mais baixos a que podem chegar profissionais da imprensa no Brasil. Tivemos alguns outros, caso da capa sórdida de Veja. Um jornalismo vil. Custou, mas a presidenta finalmente entendeu que é preciso que a imprensa seja responsabilizada pela manipulação e distorção das informações. De quebra, espera-se uma urgente revisão na divisão da verba publicitária do governo federal, porque, no final das contas, é recurso público, o meu, o seu, o nosso dinheiro, que paga boa parte dos salários desses jornalistas e colunistas que alardeiam que o Brasil vai acabar. Mamam nas tetas do governo, que durante 12 anos criou cobras peçonhentas e agora paga alto preço de sua equivocada política de comunicação.

PSB, o socialismo estuprado e Romário. O Partido Socialista Brasileiro está em vias de extinção. Idealizado por brasileiros ilustres, a sigla virou picadinho nas mãos de Marina Silva e da direita pernambucana. Socialistas históricos foram escanteados e a história nobre do partido jogada no lixo. O neo socialismo do PSB é agora encarnado por Romário. O país está curioso para entender o que o genial ex-craque  tem a nos revelar sobre seus conceitos socialistas e os rumos da doutrina que seu partido propõe para este nosso século XXI.

Respeito às diferenças. O país não saiu das eleições dividido. Sempre esteve dividido. Esta eleição provou definitivamente que a cordialidade do brasileiro é um mito há muito enterrado. Não somos cordiais nem tolerantes com a diferença. Não aceitamos opinião contrária, somos racistas, sexistas, preconceituosos. E a imprensa ajudou bastante na construção desta nova boçalidade. O que cada um já sabia e guardava em silêncio envergonhado, se tornou um tabefe na nossa cara. A visão social de Malafaia, Fidelix, Bolsonaro, Everaldo, Feliciano, Aloysio e outros não tem nada a ver com democracia. São nostálgicos da ditadura, são contra a verdade, são contra as liberdades individuais. É a política feita pelo aparelho excretor.

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