Moda sustentável: Entenda como deve ser feito o descarte correto de roupas e tecidos

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Somente no Brasil, 170 mil toneladas de lixo têxtil são descartadas anualmente

Por Gabriel Gatto, compartilhado do blog Planeta Atitude




Cemitério de roupas usadas no Deserto do Atacama, no Chile
Foto: Reuters/Antonio Cossio/dp

O Deserto do Atacama, no Chile, tem peculiaridades que atraem turistas de todas as partes do mundo. Considerado o deserto mais alto do mundo, chama a atenção de entusiastas de aventuras, astrônomos e arqueólogos. No entanto, suas areias escondem um detalhe insólito: um aterro a céu aberto, apelidado de ‘Cemitério de Roupas Usadas’, que somente entre janeiro a outubro de 2021 recebeu mais de 21 toneladas de tecidos descartados.

Segundo a organização Global Fashion Agenda, nos últimos anos, 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados, e a tendência é de que esse número aumente em 60% em um período de oito anos. No Brasil, são 170 mil toneladas de lixo têxtil descartadas anualmente, segundo o Sebrae.  

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As fotos das ‘montanhas’ de roupas descartadas no deserto chileno viralizaram em 2023 e levataram uma questão importante sobre sustentabilidade: Como deve ser feito o descarte correto de roupas e recidos? 

E – ao contrário de resíduos como papel, plástico, metal e vidro, alvos constantes de campanhas de reciclagem que já fazem parte da rotina de milhões de brasileiros -, a destinação de roupas e tecidos pode não ser tão óbvia e ainda deixa dúvidas.

Por isso, o Terra preparou um guia para te ajudar a saber quando doar, reutilizar ou reciclar esses materiais de maneira eficiente e sustentável.  

Cemitério de roupas usadas no Deserto do Atacama, no Chile
Foto: Reuters/Antonio Cossio/dpa

Lixo têxtil e microplásticos
Primeiro, é importante entender que, além das roupas, sobras de tecidos de confecções também são considerados lixo têxtil, explica a designer e professora do Instituto Federal de Santa Cantarina (IFSC) Bruna Lummertz Lima.

A maior parte das composições de tecidos de peças de vestuário é produzida a partir de poliéster ou poliamida, que se aproxima ou é feitas de plástico, explicou Bruna em um artigo do instituto. 

Dentre as substâncias que compõe as confecções e podem ser nocivas ao meio ambiente, além do plástico, estão os corantes, que podem poluir a água e o solo, e produtos químicos, usados na produção de roupas e podem ser prejudiciais tanto à natureza quanto à saúde humana. 

Descarte correto
É preciso considerar alguns fatores antes do descarte de uma peça de roupa ou tecido, segundo a designer. Por exemplo: Caso haja algum dano, é possível consertar? O reparo, de acordo com Bruna, é mais barato que uma peça nova, além de ser mais sustentável. Outra alternativa é a doação da peça para instituições de caridade ou brechós beneficentes.

A designer também incentiva a troca de peças entre amigos. “É uma chance de trocar o guarda-roupa sendo sustentável e não gastando dinheiro”. As roupas também podem ser direcionadas a instituições locais que realizam o remanejo das peças, reutilizando o tecido para novos produtos.

No caso de peças sem condição de uso, o material pode ser encaminhado à reciclagem têxtil que, diferente de outros resíduos descartáveis, demandam a desfibragem, um processo que transforma os tecidos desgastados em novos fios para serem usados como matéria-prima em outros produtos. 

A reciclagem têxtil atende à Política Nacional de de Resíduos Sólidos (PNRS). Também há fabricantes que realizam a logística reversa, recebendo as peças desgastadas para o descarte correto, bem como redes varejistas que oferecem pontos de coleta e programas próprios de reciclagem de roupas.

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