Por Fernando Brito, Tijolaço –
Fernando Molica não está mais n’O Dia. Mas continua ótimo repórter em seu blog, publicando as informações que a grande mídia julga que “não vêm ao caso”.
Como a que publicou hoje: Fernando Henrique Cardoso obteve “quase R$ 12 milhões com base na Lei Rouanet, mecanismo de incentivo fiscal que 25 deputados do PSDB querem investigar em uma CPI.”
Ontem, o Diário do Centro do Mundo registrou que no próprio site do PSDB constava uma captação de R$ 5,7 milhões, em 2007, mas o levantamento de Molica, que envolveu período maior, encontrou quase o dobro daquela quantia.
25 deputados tucanos assinaram o pedido de investigação e, provavelmente, não sabiam que o “chefe” a usava largamente para financiar as atividades do seu Instituto FHC. Menos ainda que toda esta grana foi captada durante os governos petistas, entre 2005 e 2011.
Com doações que gente muito boa ia, depois, abater no Imposto de Renda. Isto é, deixar de recolher aos cofres públicos. Detalha Molica:
O Itaú foi o que mais colaborou com o IFHC: as doações de diferentes empresas do grupo (entre elas,a Dibens Leasing e a Provar Negócios de Varejo) somaram R$ 3,6 miLhões – todo o valor poderia ser abatido do imposto de renda devido pelo conglomerado.
Outros grandes doadores foram a Ambev (o grupo colaborou com R$ 2,2 milhões) e a VBC Energia (R$ 1,7 milhão).
O Safra Leasing e a Embraer doaram R$ 1 milhão; o grupo financeiro Credit Suisse, R$ 600 mil; a Sabesp, empresa de economia mista ligada ao governo paulista, R$ 500 mil.
Aliás, o cinismo é impressionante, porque, revela Molica, Fernando Henrique foi mais longe. Em 1996, a ainda estatal Telemar, depois privatizada, foi autorizada a doar R$ 225 mil para a a edição do livro ‘Fernando Henrique Cardoso – História da Política Moderna no Brasil’.
Bacana o cinismo, não é?
PS. Arranje tempo para passar no Blog do Molica. vai encontrar bom jornalismo e bom caráter.