Publicado em Jornal GGN –
Enquanto TRF-4 acreditou que as palestras foram gratuitas, Moro omitiu uma delas, admitiu o pagamento, mas não quis informar quanto ganhou
Jornal GGN – Uma das palestras que o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, deu em 2017, e narrada ao procurador Deltan Dallagnol nas mensagens obtidas pelo The Intercept, não foi declarada em sua prestação de contas. O valor calculado pelo jornal da participação do juiz neste evento aproxima-se de R$ 15 mil.
Na mensagem, Moro passou o contato de Dallagnol a um executivo de grupo de comunicação para uma palestra e disse ao procurador: “Ano passado dei uma palestra lá para eles, bem organizada e bem paga”. Mas de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo (04), Moro não informou a palestra ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
De acordo com uma resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), todos os juízes de todas as instâncias devem registrar informações sobre palestras e outros eventos. Em resposta ao jornal, Moro disse que pode ter ocorrido um “puro lapso” na sua prestação de contas, mas que parte do cachê foi doado a uma entidade beneficiente.
“Para o período anterior, se não houve registro, foi por puro lapso”, afirmou a assessoria do Ministério da Justiça à Folha, não informando o valor da remuneração, alegando ser assunto pessoal, mas enviou um comprovante da doação de R$ 10 mil à uma entidade.
A informação já se contradiz ao entendimento do tribunal, segundo o qual acreditou que o juiz não teria recebido pelas palestras, uma vez que nenhuma delas constava de valores recebidos.