Publicado em Brasil 247 –
O ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo Bolsonaro, considerava fraca a delação de Palocci, mas decidiu divulgá-la antes da eleição para apoiar aquele que uma vez eleito presidente se tornaria seu chefe
247 – O ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo Bilsonaro considerava fraca a delação de Palocci, mas decidiu divulgá-la antes da eleição para apoiar aquele que uma vez eleito presidente se tornaria seu chefe. Reportagem dos jornalistas Ricardo Balthazar, da Folha, e Rafael Moro Martins, do The Intercept Brasil aponta que foi política a decisão de Sergio Moro de divulgar a delação do ex-ministro Antonio Palocci seis dias antes do primeiro turno da eleição presidencial do ano passado.
É o que mostram as mensagens trocadas na época por procuradores da Operação Lava Jato.
Os diálogos, obtidos pelo The Intercept Brasil, indicam que Moro tinha dúvidas sobre as provas apresentadas por Palocci, mas decidiu divulgá-las porque considerava que isto dividiria os seguidores do PT.
“Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, disse o procurador Paulo Roberto Galvão a seus colegas num grupo de mensagens do Telegram em 25 de setembro.
Russo era o apelido que eles usavam para designar Moro e associavam os petistas à Omertà, o código de honra dos mafiosos italianos.
A procuradora Laura Tessler, segundo a reportagem, considerava que era difícil provar a delação de Palocci: “Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, afirmou.
As informaçoes constituem mais uma demonstração de que Moro agiu não como juiz, mas politicamente para prejudicar o PT e favorecer Bolsonaro nas eleições presidenciais.