Publicado em Jornal GGN –
“Moro informou durante ligação que o material obtido vai ser descartado”, confirmou presidente do STJ, um dos hackeados
Jornal GGN – O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, um dos principais implicados nas mensagens capturadas e vazadas ao jornal The Intercept Brasil, pediu nesta quinta-feira (25) para que o material capturado pelo suposto grupo de hackers, presos na Operação Spoofing, seja destruído.
Segundo informações do Congresso em Foco, a informação foi repassada pelo próprio Moro ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, que também teve o celular invadido.
“O ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém”, confirmou Noronha, logo após receber a ligação de Moro.
O ministro do STJ disse ainda que “as investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso”, ao mesmo tempo ele não quis conversar com jornalistas sobre as investigações em curso.
Além de Moro, os procuradores da Lava Jato e Noronha, foi confirmado ainda que o grupo teria invadido os celulares da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), e de ministros do Supremo Tribunal Federal. O celular do presidente Bolsonaro também teria sido invadido.
A colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, divulgou no início desta noite que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, disse que apenas o Judiciário poderá determinar se as mensagens apreendidas com os hackers serão ou não destruídas.
“Cabe ao Judiciário decidir isso, e não à Polícia Federal”, afirmou o magistrado sobre a informação de que Moro teria comunicado autoridades para eliminar o material.
“Há uma responsabilidade civil e criminal no caso de hackeamentos que precisam ser apuradas”, completou Marco Aurélio Mello. O caso está na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, sob a supervisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira.