Moro manda destruir provas da Vaza Jato e Marco Aurélio diz que só Judiciário pode dissolver mensagens

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Publicado em Jornal GGN – 

“Moro informou durante ligação que o material obtido vai ser descartado”, confirmou presidente do STJ, um dos hackeados

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Jornal GGN – O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, um dos principais implicados nas mensagens capturadas e vazadas ao jornal The Intercept Brasil, pediu nesta quinta-feira (25) para que o material capturado pelo suposto grupo de hackers, presos na Operação Spoofing, seja destruído.

Segundo informações do Congresso em Foco, a informação foi repassada pelo próprio Moro ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, que também teve o celular invadido.

“O ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém”, confirmou Noronha, logo após receber a ligação de Moro.




O ministro do STJ disse ainda que “as investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso”, ao mesmo tempo ele não quis conversar com jornalistas sobre as investigações em curso.

Além de Moro, os procuradores da Lava Jato e Noronha, foi confirmado ainda que o grupo teria invadido os celulares da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), e de ministros do Supremo Tribunal Federal. O celular do presidente Bolsonaro também teria sido invadido.

A colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, divulgou no início desta noite que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, disse que apenas o Judiciário poderá determinar se as mensagens apreendidas com os hackers serão ou não destruídas.

“Cabe ao Judiciário decidir isso, e não à Polícia Federal”, afirmou o magistrado sobre a informação de que Moro teria comunicado autoridades para eliminar o material.

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“Há uma responsabilidade civil e criminal no caso de hackeamentos que precisam ser apuradas”, completou Marco Aurélio Mello. O caso está na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, sob a supervisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira.

“Desde o início, Moro e Deltan fizeram todo o possível para impedir que as pessoas vissem as provas de que nosso material é autêntico – incluindo apagamento de seus próprios telefones sem salvar (!) – e agora estão fazendo isso. Como isso não é suspeito”, escreveu Glenn Greenwald.

“Sérgio Moro está com a faca no pescoço da República. Só ele conhece o conteúdo hackeado dos celulares. Cada vez que ele avisa a um poderoso que seu celular foi invadido, é como se dissesse: “Fique tranquilo, não deixarei que nada vaze. Mas agora conheço seus segredos”, destacou Noblat.

“É inacreditável! Em que Estado de Direito uma pessoa que está envolvida diretamente com os fatos investigados – sob suspeita de ter cometido crimes no exercício de suas funções como juiz – pode determinar a destruição de provas que podem comprovar os seus atos ilegais?!”, questionou o deputado federal Paulo Pimenta (PT).

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