Por Kiko Nogueira, Diário do Centro do Mundo –
A bola estava cantada há muito tempo.
O plenário da Câmara dos Deputados foi invadido por manifestantes de extrema direita.
Os deputados discursavam à espera de quórum para o início da Ordem do Dia da sessão extraordinária. Waldir Maranhão suspendeu os trabalhos e pediu à polícia legislativa que ajudasse na “remoção” das pessoas.
A maioria delas estava uniformizada como o típico fascista-lorota que vimos nas avenidas paulistas do Brasil: bandeira nacional nas costas, cheios de ódio e revolta.
Gritavam: “Viva Sergio Moro” e “Ih!, queremos general aqui!”. Eram cerca de cinquenta. Num determinado momento, cercaram a mesa.
A polícia legislativa foi convocada e a pancadaria comeu solta. Uma porta de vidro foi quebrada. Do lado de fora, perto de 800 cidadãos se concentravam.
Num vídeo, que posto abaixo, um senhor aparece dizendo: “Estão entregando nosso país aos bandidos. Nossa riqueza está indo embora”.
A imprensa foi expulsa do plenário e o deputado Beto Mansur estava negociando com os participantes do ato.
Michel Temer disse que receava que uma prisão de Lula pudesse causar “problema”.
Segundo ele, “toda vez que você tem um movimento social de contestação, especialmente de uma decisão do Judiciário, isso pode criar uma instabilidade”.
Ele vai ter de se ver, na verdade, com os bichos criados no seio do vale tudo do golpe e dos movimentos pró-impeachment — deseducados, violentos, extremistas, alimentamos pela dieta indigente e seletiva da mídia, cujo líder e salvador da pátria é Sérgio Moro, acompanhado de seus templários da Lava Jato.
Veja o que escreveu Deltan Dalagnol em suas redes e diga se não é atuação política:
Preparemo-nos para a revolta dos analfabetos políticos.
Foto da capa: Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados