Imortal da ABL, escritor tinha 79 anos; foi diagnosticado com Alzheimer e morreu na Suíça, ao lado de seu marido, Marcelo
Por Julinho Bittencourt, compartilhado de Fórum
O poeta, escritor, letrista de música popular, imortal da Academia Brasileira de Letras, Antonio Cicero, morreu nesta quarta-feira (23), aos 79 anos.
Ele estava na Suíça, em procedimento de morte assistida, ao lado do marido Marcelo, segundo O Globo
Cicero foi diagnosticado com Alzheimer e passou por várias internações nos últimos anos. Formado em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele é autor de várias canções de sucesso em parceria com sua irmã, a cantora Marina Lima, entre elas “Fullgás” e “Pra Começar“.
Ele compôs ainda “À francesa”, com Cláudio Zoli; “O último romântico”, sucesso realizado junto a Lulu Santos e Sérgio Souza; e “Alma caiada”, gravada por Maria Bethânia em 1976, época em que a letra foi censurada pela ditadura militar.
Poesia, canção popular e filosofia
Em 2017, em entrevista ao O Globo, ele afirmou sobre a sua obra:
“Digo às vezes que sou esquizofrênico, porque é como se eu tivesse dois cérebros diferentes, como se meu espírito se dividisse em dois. Escrevo poesia desde garoto, mas gosto muito de filosofia também. Mas são coisas muito diferentes, filosofia e poesia. No entanto, quando escrevo sobre poesia, não estou escrevendo poemas, estou escrevendo uma coisa que tem muito mais a ver com filosofia, com estética. Mas sempre me preocupei em tentar entender o que é a arte. É uma das minhas preocupações filosóficas.”
Marina posta homenagem
A cantora Marina Lima postou uma breve homanagem a Antonio Cícero, seu irmão, em suas redes, que rapidamente teve milhares de comentários e visualizações: