Por Yuri Fernandes, compartilhado de Projeto Colabora –
De acordo com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Martinha Sá morreu em decorrência da covid-19.
Marta Maria de Sá – ou apenas Martinha – desde criança foi obrigada a aprender a resistir. Era o seu único caminho. Em casa, quando era ameaçada pela própria mãe por causa dos trejeitos femininos. Nas ruas, quando se viu aos oito anos de idade tendo que se prostituir para sobreviver. Nas escolas, expulsa várias vezes por ser considerada uma má influência para os outros alunos. Nas prisões, só na época da ditadura militar foram mais de 200. Travesti, ela conseguiu ultrapassar a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil, que é de apenas 35 anos. Mas, nesta semana, Martinha entrou em outra triste e atual estatística: a das vítimas da covid-19. Aos 64 anos.
Segundo a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), a morte aconteceu em Salvador, onde ela morava, na última quinta-feira, 16. “Martinha era símbolo de resistência e luta pelos direitos da população LGBTQIA+ , durante toda a vida enfrentou e combateu o preconceito, foi vítima de violência física e perseguição, enfrentou a ditadura militar e a prisão, mas nunca deixou de lado a sua identidade e a busca por respeito e igualdade”, informou a nota publicada no site oficial.