Conheci Max Altman quando este organizou uma viagem nossa à Cuba, em 2001.
A viagem, juntamente com Lula, foi memorável. Na ocasião fomos recebidos por Fidel Castro e a organização da ida à Cuba foi impecável, sob a batuta do grande Max.
Ele estava sempre à nossa disposição para qualquer tipo de questão.
O seu pedido de que suas cinzas sejam jogadas no Malecón, mostra seu amor à Cuba. Max Altman, presente. (Washington Luiz de Araújo)
Por Breno Altman, em seu blog –
Aos onze anos, filho de um revolucionário polonês de origem judaica, integrou-se ao Partido Comunista, com o qual romperia em 1984, para se juntar ao Partido dos Trabalhadores.
Advogado, editor e jornalista, forjou sua biografia com destemor. De rara cultura e hábitos simples, teve um só lado desde muito jovem: o do movimento de libertação dos trabalhadores.
Era um filho da revolução de outubro. Da resistência contra a ditadura à defesa dos governos petistas, sempre esteve nas primeiras fileiras de combate.
Não hesitou jamais na oposição aberta ao sionismo, na solidariedade incondicional com a Revolução Cubana e no apoio incansável aos governos progressistas da América Latina, particularmente à revolução venezuelana.
Foi um grande pai, meu e de meus irmãos, Fabio Altman e Rogerio Altman.
Um avô tenro e atencioso para nossos filhos, seus netos.
Um companheiro dedicado às duas mulheres que amou, minha mãe Raquel e sua esposa atual, Liria Pereira.
Um camarada de seus camaradas.
Nunca esqueceremos os valores que sempre nos ensinou e a todos que nos cercavam: a valentia, a lealdade, a coerência, a honestidade, a abnegação, o compromisso com o conhecimento e o trabalho, a dedicação ilimitada à luta dos povos.
Há um mês foi diagnosticado com tumor cerebral, do tipo mais agressivo, dez anos depois de ter se curado de uma leucemia.
Morreu aos 79 anos, ao som de Les Amants de Paris, cantada por Edith Piaf, assistido por minha companheira, Flávia Toscano, que testemunhou o último suspiro desse homem inesquecível.
Seu velório será aberto às 15h dessa terça-feira, dia 20 de dezembro, e ocorrerá na Casa do Povo (rua Três Rios 252, Bom Retiro, São Paulo, perto da estação Tiradentes do metrô).
Às 19h30, no mesmo local, haverá homenagem de seus amigos e camaradas, como corresponde à boa e velha tradição comunista.
Às 21h30 seu corpo será trasladado para o Cemitério de Vila Alpina, onde será cremado.
Suas cinzas, conforme seu desejo expresso, serão jogadas sobre a mureta do Malecón, em Havana, capital da Cuba socialista.