Do Medical Xpress, compartilhado de Jornal GGN –
A América Latina e o Caribe ultrapassaram a Europa na sexta-feira para se tornar a região mais afetada pelas mortes por coronavírus
A América Latina e o Caribe ultrapassaram a Europa na sexta-feira para se tornar a região mais afetada pelas mortes por coronavírus, quando a Índia ultrapassou a marca de dois milhões de infecções.
Em todo o mundo, houve mais de 19 milhões de casos de coronavírus e mais de 715.000 mortes pela doença desde que foi relatado pela primeira vez na China, no final do ano passado.
O vírus se manifestou novamente em áreas onde parecia ter sido contido e se espalhou constantemente pela Índia e África.
Os casos da Índia dobraram em três semanas, atingindo dois milhões na sexta-feira, após um salto diário recorde de mais de 60.000 novas infecções.
É apenas o terceiro país depois dos Estados Unidos e do Brasil a ultrapassar dois milhões de casos. Os números oficiais mostram que a segunda nação mais populosa do mundo também registrou 41.500 mortes.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi impôs um dos bloqueios mais rígidos do mundo no final de março, com dezenas de milhões de trabalhadores migrantes perdendo seus empregos quase da noite para o dia.
Mas com a economia em frangalhos, as restrições têm sido continuamente amenizadas.
Especialistas dizem que o verdadeiro número de casos e mortes são grosseiramente subnotificados, já que as causas de morte no país de 1,3 bilhão de pessoas raramente são devidamente registradas.
A estigmatização dos infectados impediu muitos de fazer o teste.
“Há tanto medo da doença quanto do isolamento e quarentena”, disse à AFP Rajib Kumar, que dirige o Centro de Medicina Social e Saúde Comunitária da Universidade Jawaharlal Nehru de Delhi.
No entanto, houve alguns indicadores positivos na África, onde as autoridades de saúde alertaram contra a complacência em meio à esperança de que a pandemia esteja atingindo seu pico em algumas partes do continente.
“Os países africanos estão fazendo o melhor que podem, apesar das limitações”, como os fracos sistemas de saúde, disse à AFP Mary Stephen, do escritório da Organização Mundial da Saúde na África.
Alguns países viram quedas de cerca de 20 por cento nos casos, mas ainda existem temores de uma segunda onda.
“Como não vemos muitas pessoas como costumávamos ver na Itália, como 1.000 pessoas morrendo (por dia), as pessoas tendem a relaxar, elas acham que o risco não é tanto na África”, disse Stephen.
Aumento de mortes no México
Grande parte do mundo está depositando suas esperanças em que uma vacina eficaz esteja disponível mais cedo ou mais tarde.
Até 100 milhões de doses da vacina COVID-19 poderiam ser disponibilizadas para os países mais pobres até 2021, anunciou Gavi, a Vaccine Alliance.
Essas vacinas, com preço máximo de US $ 3 por dose, seriam produzidas no Serum Institute of India.
Na América Latina, que já é a região com o maior número de infecções, 5,3 milhões, as mortes continuam aumentando.
Na última semana, 44% das fatalidades globais de COVID-19 – 18.300 de 41.500 – ocorreram na região.
Mais da metade das infecções da região, cerca de 2,9 milhões, estão no Brasil, que também registrou 98,5 mil mortes entre seus 212 milhões de habitantes.
Apenas os Estados Unidos foram mais atingidos que o Brasil. A organização acrescentou 1.062 novas mortes na sexta-feira, elevando o número de vítimas para pouco mais de 161.000, de acordo com uma contagem da Universidade Johns Hopkins.
O segundo país mais afetado da América Latina, o México, ultrapassou 50.000 mortes na quinta-feira.
Nos Estados Unidos, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse que as escolas podem reabrir neste outono se atenderem a certos critérios.
Escolas em vários estados dos Estados Unidos foram reabertas para aulas presenciais – mas algumas já foram atingidas por grandes quarentenas de alunos e funcionários após novos surtos.
A economia dos EUA recuperou 1,8 milhão de empregos em julho, de acordo com dados do governo, e a taxa de desemprego caiu para 10,2 por cento, mas com o pico de casos de COVID-19 em vários estados, economistas levantaram preocupações de que o mercado de trabalho poderia piorar.
Ciclismo em risco
O esporte internacional continua a ser afetado pelo vírus, apesar do reinício de muitos eventos profissionais.
Os organizadores do campeonato mundial de ciclismo, que acontecerá na Suíça no próximo mês, alertaram que o evento pode ser cancelado devido às regras de saúde locais.
E mais duas tenistas top 10 – Elina Svitolina e Kiki Bertens – retiraram-se do US Open por causa de vírus, juntando-se à número um do mundo feminino, Ashleigh Barty, da Austrália, e ao campeão masculino espanhol Rafael Nadal.