Maioria dos sete jurados considerou que o empresário assumiu o risco de matar a vítima ao beber e dirigir em alta velocidade; ele fugiu sem prestar socorro

Por Julinho Bittencourt, compartilhado de Fórum

na foto: José Maria da Costa Júnior e Marina Harkot.Créditos: Arquivo Pessoal/Montagem

O motorista José Maria da Costa Júnior, que atropelou e matou a ciclista Marina Harkot, de 28 anos, em 2020, em São Paulo, foi condenado na madrugada desta sexta-feira (24), a 13 anos de prisão. A maioria dos sete jurados considerou que ele assumiu o risco de matar a vítima, pois estava embriagado, dirigindo em alta velocidade e ainda não prestou socorro à vítima.

A sentença foi lida pela juíza Isadora Botti Beraldo Moro no início da madrugada, no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste. O empresário respondeu o processo em liberdade e, como ainda não transitou em julgado, poderá recorrer solto.

Durante a audiência, que começou na madrugada de quinta-feira (23), sete testemunhas foram ouvidas. O réu foi interrogado a seguir e, logo depois, Ministério Público (MP), a defesa do acusado e jurados fizeram perguntas.

A pena de José Maria foi de 12 anos de prisão em regime fechado por homicídio doloso qualificado por dolo eventual (por ter arriscado a vida de outras pessoas e assumido o risco de matar uma delas), e seis meses de detenção em regime aberto por embriaguez ao volante (dirigir sob efeito de bebida alcoólica) e também seis meses no aberto pela omissão de socorro (fugir do local sem prestar socorro à vítima).

Réu nega bebida e velocidade

O réu José Maria afirmou que não bebeu e nem guiou o carro em alta velocidade. Dois amigos dele, no entanto, que estavam com o motorista no carro, contaram que ele havia tomado uísque com energético pouco antes do acidente.

Ele também foi desmentido por laudo da perícia da polícia, que analisou um vídeo constatando que o carro passou a 93 km/h na via logo após o atropelamento. O limite no local é de 50 km/h.

José Maria se apresentou na delegacia apenas dois dias depois do atropelamento, portanto não foi possível submetê-lo a exame para saber se havia bebido quando atingiu Marina e sua bicicleta.