MP Eleitoral aponta “diversas e graves irregularidades” nas contas de Cláudio Castro, governador do RJ, e pede devolução de R$ 3,2 milhões
Por Paulo Cappelli, compartilhado de Metrópoles
Luis Alvarenga/Divulgação
O Ministério Público Eleitoral pediu à Justiça a reprovação das contas de Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro. Em parecer, o MP Eleitoral solicitou ainda a devolução aos cofres públicos de R$ 3,2 milhões gastos pela campanha de Castro, que venceu no primeiro turno com o apoio de Jair Bolsonaro.
A Procuradoria Regional Eleitoral afirma ter identificado “diversas e graves irregularidades” na prestação de contas de Cláudio Castro. Entre elas, uso de recursos de origem não identificada, ausência de transparência no detalhamento dos gastos, não observância do princípio da economicidade e uso irregular do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.PUBLICIDADE
O MP aponta que uma das irregularidades detectadas foi a contratação de cabos eleitorais pelo triplo do valor de outros candidatos. A campanha de Cláudio Castro pagou diárias de R$ 144,33, enquanto a média dos demais candidatos foi de R$ 47,66.
Antes do primeiro turno, o repórter Fabio Leite mostrou na coluna de Rodrigo Rangel que a campanha de Castro pagou R$ 6 milhões para uma empresa, ligada a um aliado, recrutar cabos eleitorais.https://72091520af831710d481835c77a9b0cd.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
Em setembro, o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigação para apurar irregularidades na administração de Castro após o jornalista Ruben Berta revelar a existência de cargos secretos na Fundação Ceperj.
Procurado pela coluna, o governador Cláudio Castro se manifestou por meio de nota:
“A coligação Rio Unido e Mais Forte informa que o documento se trata de um parecer da Procuradoria Regional Eleitoral e não do julgamento final sobre a prestação de contas da campanha do governador Cláudio Castro, que deve ser realizado nos próximos dias.
No entanto, a coligação vai protocolar uma petição para subsidiar a decisão do relator, corrigindo divergências interpretativas relacionadas aos documentos apresentados pela campanha e que compõem o processo. Importante ressaltar que todos os gastos foram feitos com transparência e seguindo as normas vigentes da Legislação Eleitoral.”
