Por NINJA –
Centenas de sem-teto, vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Tocantins, Pernambuco e Goiás, além de Brasília, cobram a volta do programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, cortado imediatamente pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Se somaram aos sem-teto militantes de coletivos da juventude que ocupam centenas de universidades e escolas em todo o país, além da esplanada dos Ministérios.
A unidade das lutas dá o tom do ato. O corte de direitos de Temer transcende apenas uma pauta, como a da PEC do Fim do Mundo ou da moradia. Os manifestantes avisam: se não derem nossos direitos, a cidade vai parar.
O MTST espera negociação em torno da pauta. Guilherme Boulos, da coordenação nacional do movimento, afirma que o governo Temer cortou os programas sociais logo que entrou, e é esse o motivo da ocupação.
Ulianne Costa, do MTST do Distrito Federal, conta que estava para conquistar sua moradia própria dentro do programa Minha Casa, Minha Vida Entidades. “Hoje, depois que o governo ilegítimo entrou, eles alegam que não tem mais dinheiro. Mas a gente sabe que o que falta é vontade política. Temer já avisou que não vai atender às reivindicações dos movimentos sociais”.
O terreno onde seria construída a casa de Ulianne estava pronto. Já tinham feito a topografia, o que faltava era iniciar a construção. Ela conta que o programa tem gestão do próprio movimento, citando o exemplo do condomínio João Cândido, em Taboão da Serra, São Paulo, no qual os próprios moradores e militantes do movimento podem acompanhar e co-gerir a construção das moradias.
A ocupação durou algumas horas e em seguida os militantes partiram para a Esplanada dos Ministérios, onde milhares de pessoas marcham rumo ao Congresso Nacional para tentar barrar a PEC 55 que será votada hoje no Senado.