Mudar Tudo, por Juca Kfouri

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Publicado no Jornal GGN – 

Não dá mais para segurar, explode seleção, cantaria Gonzaguinha farto das lambanças da Casa Bandida do Futebol, mais do mesmo desde o vexame da Copa do Mundo, 10 a 1 para alemães e holandeses nas duas partidas finais.

Que Marco Polo Del Nero não pode mais ficar à frente da CBF é tão óbvio que até Ronaldo Fenômeno, cúmplice dele, de José Maria Marin e J.Hawilla, já percebeu.




Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder, diria o filho do grande Luiz Gonzaga.

Nero não tem mais condições morais, nem psicológicas –tanto que sequer acompanha a seleção com medo de tratados de extradição– para seguir à frente da CBF.

Seu dedo é tão desastrado que até para apontar um simples chefe de delegação escolhe alguém que nem sequer fica com o time no momento em que a principal estrela da companhia vira réu na Conmebol –esta entidade que permite a algumas seleções saberem de que resultado precisam para se classificar, pois não toma o cuidado mínimo de realizar a última rodada com jogos no mesmo horário. Fácil saber porque tem tanto cartola da Conmebol em maus lençóis com o FBI.

A crise moral chegou ao time de Dunga, que imaginava blindá-lo, apesar da presença do empresário de atletas Gilmar Rinaldi em seu comando e de João Agripino Doria Jr. em sua chefia.

Chegou via Justiça espanhola em tabelinha com a norte-americana, ao transformar Neymar e o pai dele em réus na nebulosa transação do craque para o Barcelona e que envolve Sandro Rosell, ex-presidente do clube catalão e eterno amigo de Ricardo Teixeira.

Aquela bola chutada por Neymar em Armero tinha outro destino, era algo que estava rompendo, rasgando, tomando seu corpo e sua cabeça, fruto da ganância sem limites que emporcalha o mundo do futebol, deste capitalismo selvagem que faz temer, chorar, sofrer.

Daí para o falso discurso é um pulo. “Todos querem vencer o Brasil”, diz Dunga e repetem os jogadores.

Faz tempo que é mentira. Todos sabem que podem vencer o Brasil é a verdade, de Honduras à Venezuela, passando pelo 7 a 1 etc etc etc.

A Alemanha é o time a ser batido. A Argentina. O Brasil não, não mais, ao menos.

Porque o meio de campo do Brasil tem Fernandinho, Fred, Elias e Willian, entendeu? Tem Fernandinho, Fred, Elias e Willian, precisa repetir?

Todos valiosos em seus times, mas coadjuvantes. E quatro coadjuvantes juntos não formam um ator principal.

Pior: o ator principal virou réu, ele e seu pai, com a mãe como testemunha.

Pense numa conversa entre Neymar, Nero e Agripino Doria.

“Estou quase tão complicado como o senhor, presidente”, diz o craque ao cartolão.

“E você nem pode fazer como eu, ficar no Brasil”, responde Nero.

“Xi, cansei!”, desiste Agripino.

O que menos importa é o resultado do jogo de cartas marcadas contra os venezuelanos no começo da noite.

A hora do basta já passou faz tempo e mais uma vez o bonde da história está aí. Subamos!

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