Por Lúcia Capanema, professora de Urbanismo da UFF – Universidade Federal Fluminense –
No primeiro dia da lei municipal obrigando o uso de máscaras em vigor, 2o de junho, fiz uma pesquisa rápida na Praia/Aterro do Flamengo. Em 100 pessoas que passaram por mim de bicicleta, 35 não usavam máscaras, ou seja 35%. Entre as que usavam bicicletas Itaú, num total de 32, 18 estavam sem máscara, ou seja, 56%.
Razões para isso? Difícil dizer, mas algo como despreparo para o uso da bicicleta porque não possuem uma, me passa pela cabeça. Quem sai de casa já com sua bicicleta, tende a sair também com a máscara. Outra possibilidade é a de serem ‘turistas’ naquele local da cidade, moradores do Rio ou não, que não acessam a área de bicicleta; nesse caso, são pessoas negacionistas e/ou egoístas, que estão saindo para dar um ‘rolê’ como se estivéssemos em tempos normais.
Não repeti a pesquisa relâmpago, mas meu olho treinado me diz que essa relação não melhorou, pelo contrário. Mais grave ainda são as cenas junto aos pontos de armazenamento das tais bicicletas: aglomeração de clientes sem máscara, ambulantes se aproveitando da paradinha para vender bebidas e água de coco. Está ali, para quem quiser ver.
Esta bela tarde de sol de um sábado, porém, revelou a nova modalidade de consumo no Aterro: cerveja à vontade nos quiosques, mesas ocupadas, gente que se aglomera à volta. Muitos com suas bicicletas Itaú no gramado, quase todos sem máscaras…
Obs: Lúcia Capanema só foi até o Aterro para fazer a pesquisa visual e voltou correndo pra casa. Povo sem mãscara? Quarentena total!!!!!!