Mulheres se unem por diretas neste domingo em SP

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Por Antonio Carlos Carvalho, publicado pela Fundação Perseu Abramo – 

O ato “Mulheres pelas diretas e por direitos” será realizado no domingo (11/6), às 12h, no Largo do Arouche, em São Paulo. A partir de uma iniciativa que afirma não ser aceitável nenhuma redução de direitos, pede a saída do machista ilegítimo Michel Temer e exige eleições diretas, as mulheres se unem, com a força da representatividade de mais da metade da população brasileira e a certeza de que esse será mais um recado dado pelo povo ao Brasil.




Segundo a professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, que é uma das organizadoras do evento, é gravíssima a situação política atual, com um presidente ilegítimo, a possibilidade de que um congresso que não nos representa decida por nós e a implantação de uma agenda de retrocessos que impactarão com maior perversidade as mulheres. “Um grupo de coletivos, feministas e feministas autônomas, nos juntamos para pensar como podíamos dar voz a tantas mulheres que querem expressar sua indignação, mas que, com frequência, não têm espaço suficiente numa política dominada por homens”, afirma.

Daí surgiu a ideia de um ato idealizado por mulheres, onde as mulheres tenham a palavra a possam falar alto e claro sua crítica contra as contínuas violações de direitos que sofrem, relata a professora.

A secretária municipal de Mulheres do PT, Juliana Borges, feminista negra e também uma das organizadoras, afirma que as mulheres estão à frente de importantes mobilizações há algum tempo. “Lutamos muito para ter direito ao voto e, por isso, lutar pelas diretas é muito caro para nós, o direito de decidir quem governa o país.”

Sobre a pauta do movimento, Borges diz que democracia não significa apenas depositar o voto na urna. “Entendemos que democracia de verdade significa direitos previdenciários e um tempo de trabalho que leve em conta que ainda somos as responsáveis pelos cuidados não remunerados. Democracia significa ter direitos trabalhistas assegurados, direito a férias remuneradas, a licença maternidade que, inclusive, deveria avançar no Brasil para uma licença parental partilhada entre mães e pais. Significa um mundo sem violência sexista, em que não tenhamos medo de apanhar e morrer pelo simples fato de sermos mulheres. A gente quer diretas para ter uma democracia mais participativa, em que sejamos livres e decidamos sobre os nossos corpos. Diretas pra democratizar o poder!”

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