Museu do Futebol abre exposição sobre luta da mulher por igualdade no esporte

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Publicado em RBA – 

Entre os principais temas da mostra multimídia está a proibição do futebol feminino no país, entre 1941 a 1983 e a ampliação do direito de jogar, ainda limitada pelo machismo

Na década de 1930, as mulheres brasileiras começaram a jogar futebol, mas em 1941, o presidente Getúlio Vargas as proibiu de praticar o esporte

São Paulo – O Museu do Futebol de São Paulo inaugurou, nesta terça-feira (2), a exposição “Contra-Ataque! As mulheres do futebol“, que mostra a história de luta das mulheres pelo direito de praticar, com dignidade, o esportemais popular do mundo. Localizado no estádio do Pacaembu, a exposição vai até o dia 30 de outubro.

O trabalho mostra os anos de proibição do futebol feminino no país, de 1941 a 1983, por força de um decreto do então presidente Getúlio Vargas que vetava mulheres de praticarem esportes considerados violentos. Para justificar a proibição, foram usados até supostos argumentos científicos. “Teve toda uma discussão de médicos e psicólogos, na qual argumentavam que os esportes ditos violentos eram prejudiciais à saúde e ao corpo feminino”, explica Daniela Alfonsi, diretora de conteúdo do Museu do Futebol, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, da TVT.




Entretanto, durante aquele período, as mulheres “driblavam” a proibição e achavam um jeito de jogar, o que também está retratado na exposição. “Houve muita resistência e ousadia dessas mulheres para continuarem jogando, nos seus espaços ou escolas”, acrescenta Daniela.

O decreto só foi derrubado em 1979 e, daí para frente, o futebol feminino se desenvolveu, mas com dificuldades – muitas delas enfrentadas até hoje. Em 1988, uma seleção brasileira feminina foi formada e com um uniforme adaptado do modelo usado pelos homens. “Foi criado para ir ao mundial da China, um torneio experimental. Forma-se ali uma seleção de jogadoras muito boas e que abriu caminhos para que, hoje, a gente veja a seleção com Marta, Cristiane, Érika”, afirmou Alfonsi.

Graças à persistência das futebolistas do século passado, as mulheres vem ampliando a conquista do direito de jogar. Porém, elas afirmam que a luta ainda vai ser grande, porque ainda é forte o machismo no futebol. “Ainda é predominante. Hoje em dia, por mais absurdo que seja, a gente encontra muito. Se não fosse a existência delas e a força de luta, o futebol feminino não estaria onde está”, disse a jornalista Camila Mattos, na reportagem.

Museu do Futebol fica aberto das 9h às 17h (horário sujeito a alteração conforme a agenda de jogos no estádio). O ingresso para a exposição custa R$ 15 (com meia-entrada a R$ 7,50). Às terças-feiras, a entrada é gratuita.

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