Nada de novo: no JN, Bolsonaro foi o mentiroso e cínico de sempre

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Além de não se comprometer em acatar o resultado da eleição, fugir seguidamente de comentar a imitação que fez de pessoas sentindo falta de ar, insistir que ataques à democracia e defesa de golpe são “liberdade de expressão”, Bolsonaro usou a entrevista de ontem, no Jornal Nacional, para mentir em profusão.

Por Bepe Damasco, compartilhado de seu Blog




Conhecido mitômano, pessoa que mente compulsivamente e acredita na própria mentira, Bolsonaro, fingindo aparentar tranquilidade, agrediu os fatos como sempre. Alguns exemplos:

1) Disse que seu governo fez a transposição do Rio São Francisco.
Mentira: Até os cactos do sertão sabem que a obra foi concebida e tocada por Lula e que Dilma deu prosseguimento. A Bolsonaro coube a conclusão de um pequeno trecho.

2) Bateu na tecla de que não há corrupção em seu governo.
Mentira: Roubalheira no MEC, na compra das vacinas e na Codevasf, gastos milionários com cartão corporativo, compras superfaturados de Viagra e iguarias nas Forças Armadas são apenas alguns casos de corrupção em seu governo. Fora, a maior de todas as corrupções, que é atentar contra o regime democrático.

3) Repetiu duas ou três vezes que não xingou os ministros do Supremo.
Mentira: Todo o Brasil sabe e a imprensa possui as gravações de suas ofensas. Entre outros ataques grosseiros, chamou Alexandre Moraes de canalha e Barroso de filho da puta.

4) Falou que o lockdown decretado por governadores e prefeitos para combater a pandemia de nada adiantou, pois as pessoas continuaram se contaminando.
Mentira: Sem o isolamento, que foi adotado no mundo inteiro, atragédia seria ainda mais aterradora. 

5) Garantiu que controlou o MST com farta distribuição de títulos de posse de terra.
Mentira: Bolsonaro por razões políticas e ideológicas não desapropriou um centímetro de terra sequer para fins de reforma agrária e tratou sempre o MST como movimento “terrorista.”

Sobre a performance dos entrevistadores globais, é lamentável que a volta do Brasil ao mapa da fome e a disputa por carcaças de frango, ou seja, os problemas que mais afligem o povo, não tenham sido objeto de nenhuma pergunta. Deve ser porque a Globo apoia a política econômica de Guedes.

E mais: na próxima eleição, os candidatos devem considerar seriamente não participar mais de entrevistas com este formato. Não há espaço para os candidatos falarem sobre programas e projetos. Já fora assim em 2018. Duvido que as redes de televisão do mundo inteiro entrevistem candidatos dessa forma.

Lula que se prepare para quinta-feira. Vem chumbo grosso aí.

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Fujão versão 2022?

Já não se sabe mais se Bolsonaro comparecerá ao debate entre os presidenciáveis, marcado para o próximo domingo, dia 28, na Band. Pelas notícias que correm até agora, seus principais ministros não querem que ele compareça, enquanto os representante da “ala ideológica” do governo, leia-se nazifascista, defendem sua participação. Começou o ensaio para que repita 2018 e fuga dos debates como o diabo da cruz. Deve ser mesmo duro para um político ter noção do tamanho de sua estupidez.

Guarda alta em SP

A perspectiva concreta de Fernando Haddad ser eleito governador de São Paulo, pondo fim a uma longa dinastia tucana, gera uma ansiedade comum aos momentos que antecedem os fatos históricos. Mas, São Paulo é importante demais para a gente não desconfiar que o inimigo está à espreita, preparando alguma. Não que haja qualquer fato novo negativo no horizonte. É apenas feeling e um ,pouco de conhecimento, claro, de como a burguesia joga sujo em defesa de seus interesses. Nem pensar em baixar a guarda.

Lição para o TSE

Quando o atual período de trevas passar, cairia muito bem se o ministro Barroso reconhecesse de público o erro, que poderia ter sido fatal para o regime democrático, de trazer os militares para dentro do TSE, para servirem de palpiteiros da segurança e eficácia das urnas eletrônicas. Aliás, para se fazer justiça, quem deu o pontapé inicial neste enrosco promíscuo entre as forças armadas e o Judiciário foi o ministro Toffoli ao entregar para um general o cargo mais importante do STF.

Por falar em justiça eleitoral…

A campanha já começou oficialmente e as fake news bolsonaristas correm soltas, especialmente as de cunho religioso, e até agora as promessas de tratamento implacável a esse tipo de crime por parte do ministro Alexandre de Moraes ainda não se confirmaram. Corro o risco de estar sendo precipitado, afinal Moraes tomou posse na semana passada. Mas, aqui entre nós: o responsável pela condução das eleições já era para ter vindo a público para, pelo menos, alertar os caluniadores de que eles serão enquadrados e punidos.

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