Por Leonardo Fernandes, publicado em Brasil de Fato –
Depois da greve dos caminhoneiros e de protestos de petroleiros em todo o país, presidente da estatal pede para sair
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) comemorou a demissão de Pedro Parente do comando da Petrobras. Essa era uma das principais reivindicações da categoria, que realizou paralisações e protestos nessa semana em diversas cidades do país.
Em um comunicado divulgado à imprensa na manhã desta sexta-feira (1), a empresa informou a saída do executivo da presidência. “A Petrobras informa que o senhor Pedro Parente pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje. A nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração. Fatos considerados relevantes serão prontamente comunicados ao mercado”, disse o comunicado.
Para a diretora da FUP, Cibele Vieira, apesar da vitória, não basta mudar o nome de quem preside. É preciso uma mudança substancial na política de gestão da estatal. “A gente considera uma grande vitória das mobilizações, da greve de alerta. Agora, não adianta nada vir outro e continuar fazendo a mesma coisa. O que a gente quer é alguém que volte a pensar a Petrobras para o povo brasileiro. Não adianta colocar outra pessoa e manter o preço atrelado ao preço internacional”.
Segundo Vieira, outra grande vitória do movimento grevista foi a ampliação do debate com toda a sociedade, que sofre com a política de preços da Petrobras. “Quando começou a greve dos caminhoneiros as pessoas não sabiam o que estava acontecendo dentro da Petrobras. Que a empresa estava reduzindo carga, para aumentar a importação de propósito, para conseguir vender as refinarias. Conseguimos colocar isso em pauta, debater com o povo e agora a gente pede soluções permanentes”.
Depois de serem multados em R$ 2 milhões diários pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), os petroleiros anteciparam a retomada dos trabalhos na quinta-feira (31). Mas prometem seguir mobilizados rumo a uma greve por tempo indeterminado, caso não haja mudanças concretas na política de gestão da estatal.
“A paralisação é contra o desmonte da Petrobras. Se eles cancelarem as vendas de refinarias, por exemplo, se mudarem a política de preços, podemos repensar. A gente não faz paralisação porque gosta, mas por um objetivo. Se for necessário, vamos sim fazer a greve por tempo indeterminado”, afirmou Cibele.
A Petrobras deve anunciar ainda nesta sexta o nome da pessoa que irá presidir a empresa.
Edição: Juca Guimarães