Daniel Spirin Reynaldo pelo Facebook –
Nutro um profundo rancor por Sérgio Cabral, não só pelas acusações de corrupção que lhe cabem e pelo seu escárnio com o povo do Rio, mas principalmente pelo que ele fez, ou melhor, pelo que ele não fez com os inúmeros recursos e apoios financeiros que recebeu do Governo Federal. Fui para as ruas já nos idos de 2011 contra sua administração e exigi investigações sobre sua conduta à frente do Governo do Estado. Particularmente, não costumo ter muita raiva de ninguém, mas de Cabral, sinto um ódio incalculável. Porém, meu senso de preservação democrática sempre fala mais alto e por isso fico profundamente preocupado quando o devido processo legal não é mais respeitado no Brasil, tornando a prisão antes do julgamento a regra deste novo Estado Policial.
Este senso me diz que quando não há mais limites para os agentes da lei, cedo ou tarde todos nós acabamos por pagar um preço alto demais por uma suposta era de combate à corrupção. Agora a pouco, num desses inúmeros grupos de WhatsApp que estamos inseridos, um camarada argumentou, como se quisesse justificar, que a Justiça sempre fez isso com os pobres, logo, nada mais justo que o fizesse também com os poderosos.
Lêdo engano. Concordando com isso, nós, os verdadeiros democratas, acabamos por naturalizar uma praxe terrível no país, oficializando assim o arbítrio como única regra. Comemorando as prisões sem limites, estamos, ao invés de combater o mal pela raíz, estendendo a injustiça para todos os setores da sociedade.
Isso é o único erro que não deveríamos cometer.