Por Adriana do Amaral, jornalista
Vítima de agressões, o padre Zezinho anunciou que deixará de publicar nas redes sociais por um tempo. Só voltará a falar após o segundo turno das eleições.
Conheci a obra musical do padre Zezinho nas missas do padre Julio Lancelotti. São canções que retratam o povo brasileiro em suas origem na terra, no trabalho e na exploração da mão de obra. Letras fortes, músicas simples, que falam à consciência.
Padre Zezinho não se tornou um astro, mas ficou famoso. Antes respeitado, passou a sofrer ataques dos seguidores de quem tem um olho prá Deus e outro para o Diabo em busca de votos, mas também dos católicos conservadores.
“Meus 81 anos, meus 56 anos de padre, meus 102 livros, minha cultura religiosa, minhas mais de 2 mil canções nada dizem para eles. Insistem que não lhes sirvo mais como padre e pregador… Continuam a dizer que sou mau padre, que sou comunista e que sou traidor de Cristo e da Pátria porque ensino doutrina social cristã”, justificou.
Justamente no momento em que mais precisamos de vozes de alerta, padre Zezinho anuncia a reclusão, e entendemos os porquês. Apesar de lamentarmos a decisão.
Cabe a nós cantar em alto brado os versos: Deus abençoe os lixeiros e as varredeiras e os operários que sujam as mãos… Deus abençoe os banqueiros … para que eles não especulem nem explorem demais. Deus abençoe os eleitos e os eleitores… prá que não se esqueçam do excluído e do do mais infeliz…Trabalhadores e trabalhadoras, Deus também é trabalhador!
E, que Ele não se canse e cale a boca daqueles que falam o seu nome em vão. Que Ele não descanse no domingo, 30, pelo bem dos trabalhadores do Brasil.
