Por José Carlos Asbeg, jornalista e cineasta
Não se cale, presidenta. Não deixe que lhe cassem a palavra. Sua voz é nossa voz. Não deixe que nos silenciem. Suas palavras são nossa esperança. Não deixe que um Bonner e um Noblat quaisquer queiram ser mais rei do que o Juan Carlos, que na sua arrogância imperial mandou o Presidente Hugo Chávez se calar. É isso que eles querem: amordaçá-la para poderem falar à vontade. O Manchetômetro não deixa dúvidas da violência desta tática que usam contra a senhora e contra o país.
Não perca a humildade, mas jamais abaixe a cabeça diante das mentiras, das mesquinharias, das infâmias que vão lhe atirar. Os golpes baixos virão em quantidade avassaladora, Presidenta, mas lembre-se que com a senhora estamos milhões de brasileiros a lhe dar força. Não se deixe acuar por abutres travestidos de jornalistas.
Quando eles lhe atacam, dizem que fazem debate de ideias. Quando a senhora responde, lhe rotulam de agressiva. Por detrás do cínico olhar do bom moço está o ódio de quem não aceita abrir mão dos privilégios acumulados em séculos de exploração do povo pobre, está o ódio de quem não aceita que o Brasil seja de todos os brasileiros.
Algumas mentiras seriam risíveis se não fossem tão danosas. Tentaram e ainda tentam rotular seu discurso na ONU de apoio aos terroristas islâmicos. Na maior cara de pau, experimentados jornalistas e políticos dizem que a senhora não se expressou corretamente sobre o tema. Eu poderia pensar que são parvos, mas é óbvio que é mais uma deliberada distorção mesquinha. Uma afronta que só pode vir de quem não contribui com a cidadania, de quem bebe, pega o carro e se recusa ao teste do bafômetro numa demonstração de incivilidade, de desrespeito à vida dos outros.
Endureça sem perder a ternura, Presidenta. Somos milhões de brasileiros preocupados com os rumos nefastos que nosso país pode tomar. Quando lhe agredirem, Presidenta, pense em nós, que estamos de seu lado e que somos agredidos junto com a senhora.
Dê uma nova entrevista aos blogueiros. Ali houve verdadeiramente perguntas sobre os destinos do Brasil e não cacos de vidro atirados em sua direção. Ali a senhora estava feliz em poder refletir sobre cada questionamento. É assim que queremos vê-la.
A luta será feroz, Presidenta, mas estamos do seu lado. Sou e serei um aliado que acredita na crítica construtiva. Não se cale, por favor. Não deixe que nos calem.