Publicado em Conexão Jornalismo –
O procurador Roberson Henrique Pozzobom abre sua fala dizendo que a denúncia que irá fazer não conta com provas cabais. Entretanto, observa: sabemos que é verdade. A partir daí você pode imputar a alguém qualquer acusação. Não há necessidade de comprovação. Então para que PF, Receita e MP? Podíamos demiti-los e contratar um roteirista. Cabe ao MP e a PF chegar às provas. A dedução ou mesmo suspeita, na legislação brasileira, não são elementos utilizados para a condenação.
O conjunto de elucubrações parece uma de curso de Direito. Ela erra no que é essencial: prova. Mas a pergunta que se faz é: como podem procuradores da República convocarem a imprensa para, em cadeia nacional, fazerem um conjunto de acusações onde o elemento principal, a prova, não se faz presente? Qual a motivação para tamanha precipitação?
Se ainda não conseguiram as provas indispensáveis que garantam a culpabilidade dos acusados, porque não investigaram mais a fundo?
Como podem afirmar que Lula obteve vantagens com o imóvel se o imóvel jamais esteve em nome de Lula ou se ele obteve benefícios com o triplex? Uma vantagem futura que jamais se configurou?
Mas, mais do que não provar, ainda fazem uso de uma adjetivação que poderá colocar em suspeita todo o trabalho da Lava-Jato – em caso de ausência de provas: Lula é o chefe maior do esquema de corrupção da Petrobras!”
Mas, a pergunta que se faz é: onde é que isto está configurado?
Caso a denúncia do MP, que joga confete para o alto e tenta posar de competente, seja aceita e leve alguém a condenação, perguntamos: quem poderá se livrar de qualquer acusação a partir de agora? Poderão apontar como culpado qualquer pessoa e a prova se fará desnecessária.
Disse tudo, uma certeza: é golpe!
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, chamou a denúncia do MP de mentirosa:
– Fizeram ilações com o objetivo de acusar Lula e dona Marisa Letícia – disse.
Veja um trecho da fala do procurador:
https://youtu.be/YUwa77loFzk