Nas paredes do Museu da Memória, as atrocidades da ditadura chilena

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado

“A poesia é sempre um ato de paz. O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha (…)




Os fascistas espanhóis iniciaram a guerra na Espanha assassinando seu melhor poeta (Federico Garcia Lorca). (…)

Meu povo tem sido o mais atraiçoado deste tempo. Dos desertos de salitre, das minas submarinas do carvão, das alturas terríveis onde jaz o cobre e onde as mãos de meu povo o extrai com trabalho desumano, surgiu um movimento libertador de importância grandiosa.

Esse movimento levou à presidência do Chile um homem chamado Salvador Allende, para que realizasse reformas e medidas de justiça inadiáveis, para que resgatasse nossas nacionais das garras estrangeiras. (….)

Allende foi assassinado por ter nacionalizado a outra riqueza do subsolo chileno, o cobre.” (Pablo Neruda, em “Confesso que Vivi”).

Esta é a sexta e última postagem sobre nossa viagem ao Chile na segunda quinzena de fevereiro. Esta foi a parte de nossa viagem mais densa, mais tensa, mais elucidativa.

O Chile mantém no Museu da Memória e Direitos Humanos, num enorme anexo da Estação de Metrô Quinta Normal, em Santiago, a sua memória dos dias escabrosos que viveu sob a ditadura de Pinochet.

Do assalto terrorista ao Palácio La Moneda, com o assassinato do presidente Salvador Allende e muitos outros resistentes, em 11 de setembro de 1973, aos assassinatos no Estádio Nacional – transformado em campo de concentração e execução, no qual mataram o poeta e cantor Victor Jara -, às prisões, torturas e exílios, as atrocidades são apresentadas nas paredes, no chão e em vídeos, que você pode ver num trajeto tétrico em seis pavimentos, mas fundamental, durante cerca de uma hora e meia. Também pisamos no chão externo do Palácio La Moneda, no qual 36 resistentes, dentre eles o presidente Salvador Allende foram massacrados, no dia em que o terror de Pinochet se apoderou do país.

Convidamos você a esta viagem ao mundo de atrocidade que ninguém mais quer viver, mas que ameaça voltar, feito um fantasma. A memória e a resistência são os antídotos para este não retorno.

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