Nike proíbe Orixás e Maomé em camisas da seleção e após críticas veta “Cristo”

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Site da empresa proíbe personalizações que contenham cunho político ou religioso, mas permitia a utilização de Jesus e Cristo

Compartilhado de Alma Preta




Imagem: Montagem Alma Preta Jornalismo

O site da Nike, fornecedora de material esportivo da Seleção Brasileira de Futebol, proíbe que as novas camisas da Seleção Brasileira de Futebol, que serão utilizados na Copa do Mundo FIFA 2022, sejam personalizadas com nomes de entidades de religiões de matriz africana. A marca também proíbe nomes como Maomé, enquanto permitia nomes como Jesus, Cristo, Javé, Jeová, além de outras entidades cristãs, como santos católicos.

O assunto ganhou repercussão após discussão no podcast Com Todo Respeito. Os apresentadores do programa estavam debatendo a proibição de nomes de personalidades políticas, como os presidenciáveis Lula e Bolsonaro, quando resolveram testar nomes religiosos no site. Enquanto o sistema permitia a personalização com os nomes Jesus e Cristo, ligados à fé cristã, proibia os nomes dos Orixás Exu e Ogum.

Alma Preta também atestou que outros Orixás, como Yemanjá, Oxum e Omulu, também não eram permitidos para personalização no site da Nike. Bem como Maomé, nome aportuguesado de Muhammad, principal profeta do Islam. Enquanto isso, além de Jesus e Cristo, o site permitia personalizações de outros nomes ligados à fé cristã, como Javé e Jeová.

No mesmo dia em que a camisa foi lançada, já houve repercussão nas redes sociais por conta da proibição de nomes de personalidades ligadas à política. Em nota, a Nike havia afirmado que proibia qualquer customização que pudesse conter “qualquer cunho religioso, político, racista ou mesmo palavrões”. Entretanto, na prática, o sistema permitia personalizações de cunho cristão, em detrimento da fé islâmica e de matriz africana.

Após a repercussão negativa nas redes sociais, com acusações de intolerância religiosa, a empresa atualizou o sistema, que passou a proibir as palavras Jesus, Cristo e nomes de santos católicos. Porém, o sistema ainda permite a personalização com Javé e Jeová.

Em nota enviada à Alma Preta Jornalismo, a empresa reiterou o posicionamento em relação às regras de personalização e atribuiu a permissão de algumas palavras de cunho religioso a uma falha no sistema .

“A Nike, como descrito na própria página, não permite customizações com palavras que possam conter qualquer cunho religioso, político, racista ou mesmo palavrões. A falha no sistema que permitiu a customização de algumas palavras de cunho religioso está sendo corrigida. A marca reforça ainda que este sistema é atualizado periodicamente visando cobrir o maior número de palavras possíveis que se encaixem nesta regra”, explica a nota.

Texto alterado às 16h50, para inclusão de resposta da Nike sobre o assunto.

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