No ar, os 50 anos de dois parceiros, amigos, irmãos na MPB: Ivan Lins e Vitor Martins

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Série Ivan Lins e Vitor Martins: 50 anos, veiculada desde 24 de junho pela rádio Nova Brasil FM (Rio – 89,5 e São Paulo – 89,7 ) e nas redes sociais, tem a apresentação e produção musical do jornalista Oswaldo Luiz Colibri Vitta (Prêmio APCA). Acompanhe a história desta longa trajetória – um marco importante que poucos podem comemorar -, com Ivan e Vitor contando histórias sobre 50 músicas selecionadas.

Está no ar uma série de programetes em áudio e vídeo comemorando os 50 anos de uma das mais importantes duplas de compositores da Música Popular Brasileira: Ivan Lins e Vitor Martins. Uma parceria que resultou em mais de 300 composições, várias delas consideradas das mais belas e inspiradas canções brasileiras, gravadas por grandes intérpretes nacionais – em sua grande maioria, mulheres – e estrangeiros.




“Vitor foi a figura mais importante na minha carreira profissional como compositor. Ele me pegou numa fase completamente inseguro, vindo de um período de patrulhamento. Não sabia para onde ir. O Vitor me deu uma direção, me colocou nos eixos. Ele tem essa intuição fantástica de achar um caminho. Me reabilitou. A amizade veio daí.”(Ivan Lins)

“Sempre que me perguntam como tudo aconteceu e eu digo que não foi nada planejado. Nunca falamos: vamos fechar uma parceria. Primeiro a gente começou como amigo, depois parceiro e depois irmão.” (Vitor Martins).

Ivan Lins toca piano desde os 18 anos e foi influenciado por diversos gêneros musicais como jazzbossa nova e soul. Iniciou sua carreira musical em festivais: sua canção O Amor É O Meu País foi classificada em segundo lugar no V Festival Internacional da Canção. Mas seu primeiro sucesso como compositor, ao lado de Ronaldo Monteiro, foi com Madalena, um dos grandes sucessos na voz de Elis Regina. Foi quando conheceu seu parceiro mais frequente: Vítor Martins.  

Vitor, paulista de Ituverava, não era um novato. Já tinha uma carreira de sucesso, que incluía composições com Toquinho, com quem fez Belinha, defendida por Wilson Simonal em 1967, no 3º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record de São Paulo, e Sueli Costa, com quem fez 20 Anos Blues, em 1972, sucesso na voz de Elis Regina.

Ivan e Vitor foram apresentados por amigos e começaram a parceria… pescando. Um dia, Ivan perguntou ao Vitor se ele não queria colocar letra em uma música sua. Em maio de 1974 compuseram seu primeiro sucesso, Abre Alas, dando início a uma fértil e intensa colaboração, quase exclusiva, consolidada a partir do disco Somos Todos Iguais nesta Noite, lançado em 1977.

Várias de suas músicas foram escritas no feminino como Mãos de Afeto, Bilhete, Mudança dos Ventos e Doce Presença; mas também houve canções de conotação política, como Cartomante, Formigueiro, que Ivan gravou com Tim Maia, e outras de extremo lirismo, como Iluminados.

Composições da dupla foram temas de novelas e minisséries da TV Globo, como Começar de Novo, em Malu Mulher, que se tornou um marco na história da MPB na voz de Simone, transformando-se em um hino. Para muitas mulheres, essa música e o seriado Malu Mulher foram fundamentais para a ruptura de relacionamentos insatisfatórios. O público feminino se reconhece em Vitoriosa, hoje a música mais pedida nos shows de Ivan Lins.

Houve ainda Lembra de Mim, da novela História de Amor; Ai, ai, ai, ai, ai, da novela Mulheres de Areia. Mas é Elis Regina, que gravou inúmeras músicas assinadas pelos dois, que é considerada por Ivan e Vitor madrinha da dupla, por ter sido uma grande incentivadora de seu trabalho.

Além de Elis Regina (Cartomante, Madalena, Aos Nossos Filhos), e Simone, a música da dupla foi gravada por alguns dos maiores nomes da música brasileira. Uma lista em que figuram Quarteto Em Cy (Abre Alas), Gal Costa (Roda Baiana), Jane Duboc (De Alma e Corpo, Aos Nossos Filhos) Zizi Possi (Demônio de Guarda) e Emílio Santiago (Velas Içadas).

Além do sucesso no Brasil, a dupla é dona de uma sólida carreira no exterior. Segundo alguns críticos, são os compositores mais gravados lá fora, depois de Tom Jobim. Há mais de duas centenas de versões de músicas da dupla em discos de artistas estrangeiros em um movimento que começou em 1985, quando Ivan passou a realizar turnês no exterior.

O sucesso levou Ivan e Vitor a criar uma editora nos EUA, a Dinorah Music, que celebrou parceria com a produtora de Quincy Jones. Essa colaboração resultou na gravação de músicas da dupla por estrelas internacionais como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, George Benson, Carmem MacRae, Barbra Streisand, Patti Austin e o próprio Quincy Jones.

No Brasil, em 1991, eles se associaram a Paulinho Albuquerque e criaram a gravadora Velas, cujo objetivo era reunir e gravar novos talentos da música popular brasileira, que não tinham espaço nas grandes gravadoras. A Velas foi responsável pelo lançamento de artistas como Guinga, Chico César, Lenine e Belô Veloso, entre outros. Mas também gravou discos de Zizi Possi, Rio Negro e Solimões, Leny Andrade, Edu Lobo, Beth Carvalho, Batacotó, Zé Renato, Boca Livre, Fátima Guedes, Rosa Passos, Tavinho Moura, Paulinho Pedra Azul, além de ter lançado boxes de grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina e Noel Rosa.

Hoje, a parceria já não é tão frequente. Vitor continua morando em São Paulo e Ivan se divide entre o Rio de Janeiro e Portugal. Mas os dois continuam amigos e compondo juntos músicas inspiradas e inspiradoras, que parecem feitas por uma só pessoa.

Serviço

Desde 24 de junho

Novabrasil FM 89,7 São Paulo

Novabrasil FM 89,5 Rio de Janeiro

Redes Sociais

No Spotfy

https://novabrasilfm.com.br/musica/ivan-lins-e-vitor-martins-novabrasil-celebra-50-anos-da-parceria

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