No fim, um debate que não muda nada

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Como se sabe, debate hoje em dia não muda nada, a não ser que um desastre ocorra. E não ocorreu no evento da Band. As cafajestadas, dados delirantes e misoginia do genocida não incomodam nem um pouco seu eleitorado. E um Lula de desempenho surpreendentemente fraco não perdeu voto. Os outros são figurantes do circo, não concorrem de verdade.

Por Carlos Eduardo Alves, compartilhado de Construir Resistência




É fato que Lula deu azar no sorteio da ordem das perguntas, o que o impediu de partir para o embate direto com quem importava. Mas o ex-presidente estava nervoso e inseguro. Já na apresentação dos candidatos podia-se temer que não seria uma grande noite de Lula. Foi o único concorrente que negou um sorriso ao telespectador, revelação do estado de espírito. Na pergunta do genocida, agressiva, Lula poderia responder, por exemplo, sobre rachadinhas e o hábito revelador da família Bolsonaro de quitar imóveis em dinheiro vivo.

O único momento que lembrou o Lula inspirado foi quando respondeu à candidata do União Brasil, que ignorou os feitos do governo petista, e disse ter certeza que os empregados da senhora lembravam. Gol. Na discussão sobre mulheres, Lula acertadamente se recusou a garantir que metade de seu Ministério será feminino, mas não aproveitou a deixa para citar as mulheres que foram importantes em seus governos. Percebeu a comida de bola é só nas considerações finais lembrou que indicou para Dilma para sucedê-lo. Como complemento, poderia ter citado que seu partido é comandado por Gleisi Hoffmann.

E o genocida? A dúvida é sobre se acredita mesmo nas mentiras verbalizadas, o que configuraria um quadro de problema psiquiátrico, ou é apenas um fascista cinico. A grosseria com a jornalista Vera Magalhães mostrou que não consegue controlar o gênio que carrega a torpeza no DNA. E o sujeito escroto com mulheres ainda tem a cara de pau de cometer que “nós pregamos o amor”. Com certeza, com armas na mão para matar.

Os demais candidatos, Ciro fez o papel do bom orador inconformado com a recusa que o povo dá ao gênio que tem todas as soluções para todos os problemas. Talvez seja necessário que se crie o cargo de presidente do mundo para que o ego de Ciro seja satisfeito. Simone Tebet, também boa na verbalização, pode ter crescido. Se depender do debate, pode ter atingido 3 ou 4% nas próximas pesquisas. A senhora do União Brasil foi engraçada. Apresentou como sumidade o seu vice, o velho Marcos Cintra, o folclórico e pedante economista que os paulistas conhecem há 40 anos com seu “Imposto Único”. Ah, teve também o milionário mauricinho do Novo, o tarado pelo mercado.

Enfim, um Lula muito longe de seus melhores dias não perdeu voto, talvez uma oportunidade de crescer. O genocida também não teve prejuízo. O ataque covarde a uma jornalista não choca quem vota em elemento já com a capivara lotada de atrocidades.

Carlos Eduardo Alves (Cadu) é jornalista e analista político

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