No G7, Lula faz apelo por ‘conferência internacional’ sobre Ucrânia e critica Israel

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Presidente brasileiro participa da reuinão com líderes do G7, que acontece às vésperas da cúpula sobre paz na Ucrânia

Por Serguei Monin, compartilhado de Brasil de Fato




Lula posa ao lado do premiê canadense, Justin Trudeau, [à esq.] e do presidente francês, Emmanuel Macron – Ludovic MARIN / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta sexta-feira (14) que o Brasil condena “de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia” e defendeu a proposta de paz apresentada pelo Brasil e pela China para resolver o conflito.

“Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar”, afirmou o presidente.

O líder brasileiro participou nesta sexta-feira (14) da cúpula do G7, que acontece na Itália entre os dias 13 e 14 de junho. O evento ocorre às vésperas da cúpula de paz sobre a guerra da Ucrânia, que será realizada em 15 e 16 de junho na Suiça, sem a participação da Rússia. Já o Brasil será representado pela embaixadora na Suíça, Cláudia Buzzi.

“Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz”, argumentou Lula.

Brasil e China apresentaram em maio uma proposta conjunta para que fossem realizadas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. A ideia prevê a necessidade de representação dos dois países nas conversas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, afirma que tal proposta legitima a invasão russa em seu país.

“Tem que ter um acordo. Agora, se o Zelensky diz que não tem conversa com o Putin e o Putin diz que não tem conversa com o Zelensky, é porque eles estão gostando da guerra”, afirmou Lula a jornalistas nesta quinta-feira (13). 

Críticas a Israel 

O presidente brasileiro também reforçou as críticas à guerra que Israel promove na Faixa de Gaza, destacando as violações aos direitos humanos dos palestinos que o governo de Benjamin Netanyahu promove.

“Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça”, disse o petista.

Ao comentar as perspectivas de êxito da proposta de cessar-fogo feita pelo presidente dos EUA, Joe Biden, Lula manifestou ceticismo. 

“Não sei se o primeiro-ministro israelense [Benjamin Netanyahu] está interessado em que tenha sucesso, mas espero que sim. O mundo inteiro espera com ansiedade o fim da guerra e a liberação dos reféns. O povo de Gaza já sofreu o suficiente”, declarou. 

“O cessar-fogo deve ser o primeiro passo em direção a única saída que existe, ou seja, a criação de dois Estados independentes”, completou Lula. 

O Conselho de Segurança da ONU aprovou na última segunda-feira (10) uma resolução apresentada pelos Estados Unidos sobre um plano de cessar-fogo completo e imediato na Faixa de Gaza, incluindo a libertação incondicional de reféns e a garantia de assistência humanitária no enclave palestino.

Edição: Lucas Estanislau

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