Postado por Álvaro Caldas. compartilhado de Ultrajano –
“O que está em seu projeto é a criação de novos instrumentos de repressão e restrições à liberdade individual. Um conjunto de medidas que autorizam a matar, liberando a ação de policiais e militares nas ruas, preparando-se para enfrentar protestos semelhantes aos que tomaram as cidades do Chile, da Bolívia e da Colômbia”
Na fracassada tentativa de tomada do poder na região alemã da Baviera, que ficou conhecida como o “Putsch da Cervejaria”, em novembro de 1923, Adolf Hitler e seu partido nazista fizeram um primeiro ensaio antes de chegar ao poder na Alemanha, 10 anos depois. A dramática realidade brasileira mostra um governo radicalizado ideologicamente, com ministros atuando de forma agressiva, fazendo coro pela volta do AI-5. Ensaio de uma marcha suicida que faz lembrar a frustrada tentativa de golpe na famosa cervejaria de Munique.
Na Alemanha pré-nazista, o putsch foi controlado pela polícia bávara e Hitler e seus adeptos presos. No Brasil que se encaminha para a explosão social, o ex-todo poderoso ministro Paulo Guedes reitera seu desprezo pela democracia com discurso em que ameaça a sociedade com um regime ditatorial para garantir a realização de suas formas. De olho na onda de revoltas dos países vizinhos, Guedes vê o Ato Institucional que implantou a longa noite da ditadura como um instrumento para reprimir manifestações populares.
Num país travado pela desigualdade social, o governo envia ao Congresso uma medida provisória demagógica e aviltante, criando um programa de emprego para os jovens financiado por aqueles que recebem o seguro-desemprego. São medidas que mostram a incapacidade para enfrentar a crise que gera desemprego, desigualdade e degradação ambiental e ao mesmo tempo a crença de que a resposta só virá com medidas autoritárias.
Três dos principais ministérios da República desencadeiam ações agressivas e simultâneas para destruir os pilares da economia, da educação e da cultura. De seu bunker na presidência, o capitão Bolsonaro se encarrega de acabar com as riquezas da Amazônia. As queimadas e o desmatamento de florestas no Brasil são uma “questão cultural”, disse o capitão-do-mato diante do acelerado avanço da área desmatada em seu governo.
Em meio a decisões conflitantes entre órgãos do poder judiciário, a uma disputa aberta de poder entre o Executivo e os presidentes da Câmara e do Senado e aos lances de uma crise política e social de tonalidade cada vez mais explosiva, o governo se limita a fazer movimentos ameaçadores à sociedade.
O que está em seu projeto é a criação de novos instrumentos de repressão e restrições à liberdade individual. Um conjunto de medidas que autorizam a matar, liberando a ação de policiais e militares nas ruas, preparando-se para enfrentar protestos semelhantes aos que tomaram as cidades do Chile, da Bolívia e da Colômbia.
Para dar sustentação a essa aventura da cervejaria, Bolsonaro e seu clã familiar trataram de fundar o seu partido, o partido da ordem, contra o aborto, de Deus e das armas. Seu nome será Aliança pelo Brasil e seu número, 38, certamente de cano longo. Com um viés familiar, ultraconservador, armamentista, antiglobalista e anticomunista, seu programa trás as digitais do partido Nazista com acréscimos do Integralismo brasileiro de Plínio Salgado.
O Aliança será comandado pela família e seu circulo íntimo. Seus fiéis preparam- se para a guerra virtual e real. A sociedade, com os instrumentos de que dispõe, na imprensa, nas associações, entidades, no congresso, no judiciário e nos movimentos socais, que se defenda. AI-5 Nunca Mais!