Segundo a POLÍCIA carioca o jovem Yago Corrêa de Souza, de 21 anos, estava no lugar errado e na hora errada quando foi preso ao sair para comprar pão numa padaria da favela do Jacarezinho, na cidade do Rio de Janeiro. Yago não estava no lugar errado. Ele estava no lugar onde mora com a família e buscava pão para um almoço. Não estava na hora errada, pois a hora era a dele se deslocar livremente como um cidadão que deveria ser respeitado. Por que ele foi preso injustamente, sem quaisquer provas de crime e tratado como um marginal?
Por Claudio Viola, compartilhado de Construir Resistência
Simplesmente porque Yago é um JOVEM NEGRO e o racismo ESTRUTURAL transborda por nossas forças policiais, assim como no resto da sociedade. Basta ser um jovem negro de bermuda e camiseta do Flamengo, para ser rotulado como possível traficante, ladrãozinho e cidadão de terceira classe. Não adianta aquele papinho de que os “negros estão se vitimizando”. Os negros foram trazidos em navios de tráfico de SERES HUMANOS para aqui no Brasil virarem ESCRAVOS. Ainda estão jogados, em sua maioria, em SENZALAS sociais por este imenso Brasil, ao ganharem menos, ao terem acesso limitado a empregos, ao terem restrições em suas demandas por saúde, educação, moradia e saneamento.
Falar em racismo reverso é maniqueísmo porco e reducionismo idiota. Falar que tudo isso é “mimimi” é típico de quem nunca sentiu a humilhação de ser tratado como lixo em função da cor de sua pele. Eu, branco, de classe média e vivendo numa bolha social, jamais saberei a imensidão dessa dor de uma raça tão digna. Não senti na pele nem 0,1% do que meus irmãos negros sentem ao acordarem e irem matar um leão por dia. Yago já foi solto em função da mobilização de sua comunidade. Viva a mobilização! Viva a indignação! Mas até quando nossas polícias continuarão matando crianças, adolescentes e mulheres negras que estavam no “lugar e na hora errada”?