Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –
Saindo da barca na Praça XV, Rio, me deparo com este senhor segurando esta placa.
O amigo Américo Vermelho diz que copo de água e Wi-Fi ninguém deve negar e eu acrescento: abraço também.
Da mesma forma que o senhor Roberto Carlos Silva Vieira, meu pai teve Mal de Chagas. Aliás, grande parte dos seus 29 irmãos também foram acometidos do mal. Nordestinos, vivendo quando crianças em casa de pau-a-pique, foram vítimas do parasita trypanossoma cruzi, cujo hospedeiro é o inseto denominado “barbeiro” (o sobrenome cruzi é homenagem ao cientista Oswaldo Cruz feita pelo colega Carlos Chagas).
Meu pai faleceu em 2012, aos 83 anos, vitimado de câncer, mas sofreu muito com a tal doença, que leva este nome em razão do biólogo e médico sanitarista Carlos Chagas ter descoberto a sua procedência e tê-la estudado a fundo.
Voltando ao senhor Roberto Carlos, paraibano de Campina Grande, 51 anos, vi que o mesmo recebeu muitos abraços e conversou bastante com as pessoas.
Eu, depois de fazer as fotos e bater um papo rápido, fui convidado a assinar um documento autorizando o uso da minha imagem. Só aí que vi que – sorria – estava sendo filmado por uma equipe que trabalhava para a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras.
Ao autorizar, soube que a instituição está fazendo vídeos sobre e com pessoas portadoras de mal de chagas e de outras doenças, para que a população entenda melhor os males que nos afetam.
Parabéns aos Médicos Sem Fronteiras e um aquele abraço no senhor Roberto Carlos, que, consciente, está se tratando devidamente.
Texto atualizado em 28/03. Obrigado Paulo Raymundo.