Por René Ruschel, jornalista
O cineasta Manaoos Aristide vai engrossar o time da secretaria de Cultura do Paraná. A partir desta segunda-feira, 8, será um dos responsáveis pela coordenação do projeto “Cinema na Praça”, desenvolvido pela pasta e que pretende chegar aos 399 municípios do estado, temporariamente suspenso em função da pandemia do coronavírus.
Experiência e talento não faltam. Graduado em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Amazonas e em M&P pela Escola Superior de Propaganda do Rio de Janeiro, com passagem pela Universidade Búfalo, nos Estados Unidos, Manaoos trabalhou na Rede Globo em São Paulo e no Paraná. Dirigiu o documentário oficial do Festival de Parintins, no Amazonas.
Diretor de criação e produção da TV Tarobá, afiliada à Rede Bandeirantes de Televisão, em Cascavel, oeste do Paraná, Manaoos teve contato com a região e se interessou pela sua história e desbravamento.
Foi ali que nasceu o seu mais ambicioso projeto: a série “A Saga – da terra vermelha brotou o sangue”, onde atuou como roteirista e diretor. “Foi um projeto de muito fôlego. Foram mais de 10 anos para sua conclusão e envolveu mais de cinco mil pessoas, entre atores e figurantes” afirmou o cineasta.
Composta por 16 episódios, com duração de cerca de 50 minutos cada um, mostra a colonização do oeste do estado e a descoberta das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, em 1541.
Agora, o cineasta quer contribuir para levar a sétima arte as cidades do interior, às comunidades pobres. Nelas, os espaços de lazer e cultura não existem ou são muito limitados. A importância do projeto, de acordo com Manaoos, está na tentativa de resgata-los, uma vez que, com o advento da televisão a partir da década de 1970, foram engolidos ao longo dos anos. “A arte possuí uma enorme força de formação e transformação do conhecimento social” afirmou.
Para ele, projetos culturais fazem com que as pessoas participem ativamente da vida social, cujos objetivos são mudar e aprimorar os conceitos do conhecimento. “O cinema é importante para o nosso desenvolvimento. Promove debates, faz a as pessoas refletirem e avaliarem suas opiniões sobre determinados assuntos. O cinema mostra a alegria de sonhar e correr atrás desses sonhos, afinal, a arte não tem fronteiras nem limites. É simplesmente a arte imitando a vida”, afirmou.