No Rio, ato contra o impeachment reúne músicos de orquestras 

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Da Agência Brasil, publicado no Jornal GGN – 

Integrantes de diversas orquestras do Rio de Janeiro, como Sinfônica, Petrobras, OSB, Escola de Música, UFF e UFRJ, se uniram para fazer o ato Concerto Pela Democracia, na Praça São Salvador, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro.




No repertório, Halleluja, de Händel, com um tenor cantando “Fora Cunha”, O Trenzinho do Caipira, de Villa-Lobos, Roda Viva e Apesar de Você, de Chico Buarque, Para Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, Cio da Terra, de Milton Nascimento, e o Hino Nacional.

Um dos organizadores do evento, Cláudio Alves, contrabaixista da Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro, diz que a ideia de fazer um concerto contra o impeachment surgiu nos bastidores dos ensaios, com muitos músicos insatisfeitos com a situação política do Brasil e querendo demonstrar isso em público.

“A gente já tinha concordado que precisava tocar, então nessa semana eu dei a ideia, data e local e corremos para organizar, conseguimos os arranjos com o maestro Sérgio Barbosa, do projeto Villa-Lobos, e as crianças. Ia ser um quinteto de cordas amplificado, com discurso dos professores das universidades, mas a movimentação foi tão grande e inesperada, a gente não fez nada para divulgar ou convocar, mas as pessoas vinham falar com a gente e eu nem sei mais a dimensão que esse ato tomou”, disse.

A orquestra reuniu cerca de 40 músicos e o público encheu a praça. “É o que a gente sabe fazer e onde a gente atua. A gente não serve só para tocar para a classe alta no Theatro Municipal, ser aplaudido, sair pela porta dos fundos e voltar para casa. A gente também tem voz, quer ser ouvido e está na rua”, diz Alves, dizendo que todas as orquestras do Rio estavam representadas no ato, além de músicos populares e que tocam na noite.

Para o contrabaixista, a acusação de movimentos favoráveis ao impeachment de que artistas que são contrários ao impedimento se posicionam dessa forma porque recebem incentivos da Lei Rouanet é uma posição “fascista”.

“A gente tem que sempre bater nessa posição fascista que desqualifica a posição política do artista de esquerda com o discurso de que ele está se dando bem, mamando no governo. Não tem ninguém mamando no governo, a Lei Rouanet é do governo Itamar Franco. Ninguém pega dinheiro da lei, ela é uma autorização para o produtor que faz o projeto e usa o artista para captar dinheiro. O Chico Buarque não senta e escreve um projeto, é um produtor que escreve se apropriando da grande obra do Chico Buarque”.

O ato começou por volta de 20h30 e durou cerca de uma hora, com música e algumas falas políticas.

Foto da capa de Américo Vermelho

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