Elias Vaz (PSB-GO), que denunciou ontem a compra de medicamento pela cúpula militar, quer que o TCU e o MPF investiguem a aquisição das próteses pelo Exército
Por Tiago Pereira, compartilhado da RBA
José Cruz/Agência Brasil“Sabe quanto custa cada uma? Entre 50 e 60 mil! E VOCÊ que tá pagando essa conta”, criticou o parlamentar
São Paulo – Após denunciar a compra de 35 mil comprimidos de Viagra e de remédios para combater a calvície pelas Forças Armadas, o deputados Elias Vaz (PSB-GO) identificou hoje (12) a compra, pelo Exército, de 60 próteses penianas infláveis no valor total de R$ 3,5 milhões. O colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles publicou o levantamento, feito pelo parlamentar com base em dados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal.
A fim de investigar o uso indevido de dinheiro público, Vaz anunciou que vai ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF). A representação aos órgãos de controle também é assinada pelo senador Jorge Kajuru (Podemos-GO). “Depois de denunciar que o governo Bolsonaro aprovou a compra de 35 mil Viagras para as Forças Armadas, identifiquei gasto MILIONÁRIO com próteses penianas para o Exército”, disse Vaz, pelo Twitter. “Sabe quanto custa cada uma? Entre 50 e 60 mil! E VOCÊ que tá pagando essa conta”.
De acordo com a reportagem, o Exército realizou três pregões eletrônicos no ano passado para comprar as próteses. O comprimento delas varia entre 10 e 25 centímetros. Assim, dois dos pregões, um em março e outro em outubro, destinaram 40 próteses para o Hospital Militar de Área de São Paulo; em maio, outras 20 foram para o Hospital Militar de Área de Campo Grande (MS). Foram três fornecedores distintos, que cobraram entre R$ 50 e R$ 60 mil por cada dispositivo inflável.
Desculpa esfarrapada
Assim, o episódio das próteses desmente, ao menos em parte, as justificativa apresentada pelos militares para a compra de Viagra, conforme reportagem da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, que também obteve as informações junto ao deputado Elias Vaz. Marinha e a Aeronáutica alegaram ontem que a compra do medicamento para disfunção erétil seria para o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). O Exército, que recebeu 5 mil comprimidos, não se manifestou, mas parece que “o problema é mais embaixo.”
Da mesma maneira, Vaz (PSB-GO) e Marcelo Freixo (PSB-RJ) acionaram o Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda (11) solicitando investigação sobre a compra do medicamento. Além do uso indevido dos recursos, eles também identificaram sobrepreço de até 143% num dos contratos, na comparação do preço do medicamento nas farmácias.