Novembro era o nono mês do calendário romano primitivo, de 10 meses. Foram acrescidos dois meses pela reforma de Júlio César, conhecida como originante do calendário Juliano, Julho e Agosto, em homenagem aos imperadores Júlio César (Julho) e mais tarde, a seu sobrinho Augusto (Agosto).
Por Cesar Nunes
Desse modo o nono mês passou a ser o décimo primeiro mês. Engraçado, no mínimo, é o fato de que, com tanta criatividade não deram um nome substantivo para esse mês, ele permaneceu como uma referência ordinal.
Há muitas coisas a dizer sobre esse mês, mas vou destacar dois aspectos. A tradição celta (Irlanda) e Gálica (Galícia, França) celebra 08 festas anuais, chamados Sabbats, referentes aos ciclos do sol, ao rodeio das estações e às fases da lua.
O dia 01 de novembro era considerado o dia do Sanhain, o dia do Culto dos Mortos e dos Antepassados. Nesse dia se acreditava que as dimensões do tempo passado se quebravam e os mortos voltavam à terra para aquecerem-se nas lareiras, a neblina que separava os mundos da Vida e dos Mortos se dissipava por uma noite. Esse culto é basilar para a tradição Wicca.
O halloween foi a tentativa de “cristianização” desse sentido celta de intersecções entre a realidade da vida e a compreensão da morte. O Dia de Todos os Santos, posto pela Igreja, buscava sufocar a tradição “pagã” e dar um suposto novo sentido ao dia e à exuberante data céltica.
O dia de finados, seguinte ao dia dos santos foi mais um reforço tridual do Cristianismo. Mas ainda assim fica em nós uma perplexidade: o culto aos mortos, o respeito aos que partiram é a base da cultura humana.
Esquecer os mortos é perder o senso da vida e dos vivos. Um contrito dia Primeiro de Novembro a todos e todas!
Que o mês seja generoso conosco.