Número de candidatos indígenas à Câmara dobra entre 2018 e 2022

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A Proporção de mulheres negras se candidata ao Congresso também aumentou, mas participação de candidaturas femininas ainda ronda o mínimo estabelecido por lei, com 33% do total

Por Aline Gatto Boueri*, com Natália Leão, Victoria Sacagami e Marilia Ferrari**




O número de mulheres indígenas que concorrem a uma vaga na Câmara de Deputados dobrou entre 218 e 2022. Ainda sub-representadas, para as próximas candidaturas indígenas do total de 10.299 que disputam um assento na. Há quatro anos, eram 14 entre 8.588 – e apenas uma foi eleita, Joenia Wapichana (Rede/RR).

Ao todo 176 candidatos autodeclarados indígenas vagas para legislativos e executivos, disputam e disputam para o Congresso. Apresenta em todos os estados brasileiros, essas candidaturas se concentram em partidos de esquerda. PSOL PT e Rede abrigam juntos um de cada três que concorrem a alguma carga nas novas que são de 202.  “Quando a gente fala de uma nova política, tem uma nova política com pessoas novas. Não adianta ter as mesmas figuras com gravata e terno, com a mesma pauta. Diversidade para mudar todo o contexto, com mulheres e homens dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos”, afirma Maial Paiakan, da Terra Indígena Kayapó, candidatar-se a deputada federal pela REDE no estado do Pará.

O contexto ao qual a indígena se refere é dos mais difíceis no atual Governo, com uma política pró-mineração e exploração madeireira para regiões de floresta e pouca atenção urbana aos povos que estão em áreas. Os conflitos e violência em terras indígenas estão fazendo a rotina dos povos originários, com ataques brutais às mulheres. Em casos, um dos muitos casos aos noticiários, por denúncia do líder indígena e presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Júnior Yanomami Hekurari Yanomami: o estupro e morte de uma menina Yanomami de 12 anos, por garimpeiros, na região de Waikás, em Roraima. Em maio de 2021, a Associação de Mulheres Munduruku Wakoborun, em Jacareacanga, Pará, foi atacada também por garimpeiros, que incendiaram a casa-sede da organização.

176

candidaturas indígenas em 2022

118

em outros

cargas

Número de mulheres

indígenas candidatas a

deputado estadual duplicou

entre 2018 e 2022. 1 de cada

3 candidaturas indígenas

disputa vaga na Câmara

58

nenhum congresso

27 mulheres

31 homens

2022

41

indígenas não

congresso

2018

15 mulheres

26 homens

Entre 2018 e 2022, cresceu o número de candidaturas indígenas

2022

2018

Aumento é puxado por mulheres, que são 1,7x mais que no ano anterior

mulheres

49

82

84

94

homens

Partidos de concentração esquerdam candidaturas indígenas

PSOL

25

candidaturas

22

PT

REDE

19

PDT

12

PSOL, Rede e PT abrigam 1 de cada 3 indígenas que disputam em 2022

PL

11

7

PSC | ptb

6

pode | prós | PSDB

PSB | PSD | | união

5

AGIR | CIDADÂNIA | MDB | PCdoB | PMN | PV |

REPUBLICANOS | SOLIDARIEDADE | PSTU

3

2

AVANTE | DC | PATRIOTA | PMB | PP

1

PCB | PRTB | ACIMA

fonte tse

176

candidaturas indígenas em 2022

118

em outros

cargas

58

nenhum congresso

2022

27 mulheres

31 HOMENS

15 mulheres

26 homens

2018

41 indígenas no congresso

Número de mulheres

indígenas candidatas a

deputado estadual duplicou

entre 2018 e 2022. 1 de cada

3 candidaturas indígenas

disputa vaga na Câmara

Entre 2018 e 2022, cresceu o número de candidaturas indígenas

2022

2018

mulheres

49

82

Aumento é puxado por mulheres, que são 1,7x mais que no ano anterior

84

94

homens

Partidos de concentração esquerdam candidaturas indígenas

PSOL, Rede e PT abrigam

1 3 indígenas que disputam de cada nascimento em 2022

PSOL

25

candidaturas

PT

22

REDE

19

PDT

12

PL

11

7

PSC | ptb

pode | prós | PSDB

6

PSB | PSD | | união

5

AGIR | CIDADÂNIA | MDB | PCdoB |

PMN | PV | REPUBLICANOS |

SOLIDARIEDADE | PSTU

3

2

AVANTE | DC | PATRIOTA | PMB | PP

1

PCB | PRTB | ACIMA

fonte tse

Maial lembra que os últimos anos – e não só os últimos quatro anos – a desproteção das terras indígenas, o desmonte da floresta e os assassinatos de lideranças se intensificaram. Nesse cenário, dos diversos povos que habitam o Brasil na política de empreendedores se preparam para ocupar espaços institucionais. “Quantas vezes nos mobilizamos em frente ao Congresso? E nunca fomos recebidos da melhor forma. Quem sabe com uma bancada de mulheres indígenas o contexto possa mudar”, questiona.

Doutora em Ciência Política pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Débora Thomé avalia que as candidaturas políticas ainda são poucas em relação aos outros grupos demográficos, mas são a nova fronteira na institucional brasileira. Segundo ela, “o grande desafio de candidatos e candidatos é conseguir votos conquistar dos povos e territórios onde estão suas bases”.   

Maial, que fala da candidatura sempre na primeira pessoa do plural – nós, nossa -, lembra que ela concorre como representante do seu povo, mas as pautas que defendem têm relação com a vida de todos. 

“O que a gente defende aqui na floresta amazônica é importante também para as pessoas que estão nas grandes cidades de outras regiões. Elas respiram, bebem água. Nossa luta é para mostrar que quando a gente fala sobre preservação da floresta, isso é importante para quem está no apartamento também. Uma candidatura indigena não é só para indígenas, mas para todos”, defende.

[+] Assista também:  Marco Temporal e a ameaça aos povos indígenas

Aumento tímido de candidaturas femininas

Em 2018, as mulheres eram 31%, as candidatas eram de carga nas nacionais18 que disputaram alguma carga nas nacionais18 que disputaram algum momento. Em 2022, essa proporção crescerá pouco. Este ano elas representam 33% das candidaturas. 

Autora da tese A mulher e a política – marcas do gênero na política e na política pública no Brasil e do livro Mulheres e Poder: Histórias, Ideias e Indicadores , Débora Thomé destaca que o aumento é muito tímido e precisa vir acompanhado de mais financiamento e estrutura para campanhas das candidatas.

“No Brasil, os partidos ainda não abrem espaço para mulheres quando olhamos para a distribuição de recursos. Existe uma sinalização de preços com igualdade de gênero, investimentos nas candidaturas que seguem muito próximos da mínima estipulação por lei”, diz.

Emenda Constitui n° 117 , abril de 2022, aplicada na Constituição Brasileira a obrigatoriedade dos partidos de distribuição de maneiras proporcionais às candidaturas femininas e masculinas aos recursos do Fundo Eleitoral e da parcela do Fundo Partidário destinado às modalidades. Como a Lei das Eleições , de 1997, determina que os partidos preencherão um financiamento de 30% das vagas com recursos dos sexos, o destinado a menos campanhas de mulheres deve ser de, no mínimo, 30% dos recursos disponíveis. 

Esse é o desafio das mulheres que decidem disputar, segundo a cientista política. “Mulheres que são lideranças comunitárias. As instituições viáveis ​​de gênero dificultam a entrada das mulheres, que fazem um cálculo racional em um cenário que as desestimula. Então temos um primeiro problema, que é não só elegível, mas tornar-se adequado”, pontua. “O segundo momento é o momento da campanha. Porque não consegue dinheiro ou estrutura para isso.”

Candidturas de mulheres negras aumentou 11%

negra(o)s

branca(o)s

mulheres

homens

2018

2022

2018

2022

-10%

Única candidatura

que aumentou foi a

de mulheres negras

10,5mil

9,5mil

9,1mil

9,1mil

0%

candidatos

mudanças

entre anos

+11%

4,9mil

4,7mil

4,3mil

4,4mil

candidatos

-7%

fonte tse

Candidturas de mulheres negras aumentou 11%

negra(o)s

branca(o)s

mulheres

candidatos

candidatos

2018

2022

Única candidatura

que aumentou foi a

de mulheres negras

mudanças

entre anos

+11%

4,9mil

4,7mil

4,3mil

4,4mil

-7%

homens

candidatos

candidatos

2018

2022

mudanças

entre anos

10,5mil

-10%

9,5mil

9,1mil

9,1mil

0%

fonte tse

Uma notícia de que houve um aumento entre as candidaturas de mulheres negras para o Congresso também precisa ser lida com cautela, segundo Thomé. Entre candidatos a deputado federal, elas conformam 17% das candidaturas este ano, enquanto no último pleito chegaram a 14%. Para o Senado, as mulheres negras representam hoje 7% das candidaturas, enquanto em 2018 eram 5% dos candidatos a uma vaga na casa.

Proporção de mulheres negras candidatas ao Congresso

Variação 2018 – 2022

SENADO

5,3%

7,4%

mulheres negras

mulheres negras

+2,1%

mudanças

entre anos

2018

2022

CÂMARA DE DEPUTADOS

14,2%

17,4%

mulheres negras

mulheres negras

+3,2%

mudanças

entre anos

2018

2022

fonte tse

Proporção de mulheres negras candidatas ao Congresso

Variação 2018 – 2022

senado

2018

5,3%

mulheres negras

mudanças

entre anos

+2,1%

2022

7,4%

mulheres negras

CÂMARA DE DEPUTADOS

2018

14,2%

mulheres negras

mudanças

entre anos

+3,2%

2022

17,4%

mulheres negras

fonte tse

Thomé lembrou a decisão do TSE (Tribunal Eleitoral) em 202020 , que passa a valer Superior 2022: recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário previsto para ser repartidos de forma proporcional entre candidaturas de pessoas negras e brancas.

[+] Leia também:  Sob novo governo, Colômbia reafirma paridade de gênero no Executivo e redução de desigualdade

Ou metade seja, seja um partido determinado como candidatas negras representativas do total de mulheres, metade dos recursos usados ​​em campanhas de mulheres deve ser investida e grupo distribuído dentro dele. A autodeclaração como negra de uma candidata branca, em tese, poderia distorcer a distribuição do dinheiro. 

Para a financiamento da candidatura política, as novas regras de momento podem participar da raça declarada no das candidaturas. “Houve um aumento no número de candidatos autodeclarados negros, mas isso diz muito pouco sobre o aumento da representatividade dentro dos partidos e mais sobre a autodeclaração”, conclui.

*Aline Boueri é jornalista e colabora com Gênero e Número .
**Natália Leão é diretora de dados, Marilia Ferrari é diretora de arte e Victoria Sacagami é designer em Gênero e Número .

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