Por Manoel Olavo –
Nunca pensei que fosse ver isso em minha vida. Mas o energúmeno do Bolsonaro criou um antiministério. Um ministério de antípodas. Explico: para cada pasta ele nomeou um inimigo dos valores que deveriam nortear aquela área. Gente que vai destruir os fundamentos da pasta que assumiu.
– Para a economia, Bozo nomeou um economista sem qualquer qualificação ou respeito de seus pares, um mega especulador neoliberal, dono dum banco de investimentos, que pretende vender nosso patrimônio público e nossas reservas naturais a preço de banana, aprofundar a recessão e facilitar apenas a vida dos 1 % de mega ricos.
– Para a justiça nomeou um fascista que pratica lawfare, politiza o direito e desrespeita a constituição e as regras do direito processual.
– Para a casa civil dum governo autoproclamado moralizante e diferente da política tradicional, um notório corrupto do DEM.
– Para a saúde, um inimigo declarado do SUS e da saúde pública.
– Para os direitos de mulheres e minorias, uma fanática religiosa que odeia e combate os direitos das mulheres e demais minorias.
– Para o meio-ambiente, um sujeito que defende o desmatamento e os interesses do agronegócio.
– Para a cidadania, um defensor da exclusão social e reclusão institucional de grupos minoritários.
Para a agricultura, uma deputada que tem o singelo apelido de “menina veneno”, por ser lobista de empresas transnacionais de agrotóxicos.
– Para a educação, um defensor do obscurantismo, da distorção ideológica ultraconservadora do conteúdo curricular, do fim da autonomia universitária, da universidade pública, um inimigo da liberdade de pensamento, de pesquisa e de cátedra.
– Para as relações exteriores, um fanático religioso medieval e anticomunista, defensor do isolacionismo, da adesão acrítica do Brasil aos interesses norte-americanos e de sua saída de acordos que o inserem na comunidade internacional.
Desnecessário lembrar que o único ministério extinto por Bolsonaro foi o do trabalho. A medida fala por si só.
No meio dessa malta de malucos, fanáticos, fascistas e venais, grande parte da equipe de Bolsonaro é composta por militares reformados e generais e almirantes ultraconservadores, sedentos de sangue e poder: secretaria de governo, secom, segurança institucional, minas e energia, defesa. Um time de camisa verde-oliva, pra quem a democracia é apenas um detalhe.
É chato ser repetitivo, mas, diante do antiministério do mi(n)to, só posso dizer: parabéns aos responsáveis!