Por Rogério Marques, jornalista –
A cada dia ganha corpo a decepção dos grandes empresários, entre eles os da mídia, com o atual governo, se é que se pode chamar de governo o amontoado de boçais no poder.
Nada como as manchetes dos jornais e os editoriais para perceber essa decepção, diante dos resultados pífios da economia.
Os empresários, que de início vibravam com as reformas fundamentalistas-neoliberais, aos poucos vão caindo na real.
Sabiam, desde o início, que o amontoado no poder é comandado por alguém totalmente desqualificado. Mas acreditavam, egoístas que são, que o ministro da Economia poderia fazer a diferença, ser um fator de equilíbrio na balança do poder. E construir no Brasil as bases de uma nova política econômica, aquela do vale-tudo, que levou o povo chileno ao desespero.
Não desconfiavam, os imbecis, que qualquer pessoa que aceite ser subordinada de um desqualificado que não passa um dia sem falar uma boçalidade é tão boçal quanto o chefe.
A começar por um juiz que vendia a imagem de combatente da corrupção e aceita ser ministro da Justiça de um defensor da tortura, da ditadura militar, cuja família é envolvida até a medula com bandidos como os chamados milicianos.
A continuar com uma atriz que aceita ser secretária da Cultura de um homem que odeia a cultura, atolado em preconceitos contra a arte e os artistas. Não pode dar certo.
O povo também já está caindo na real. Se os empresários estão insatisfeitos, muito mais o povão, que além de perder conquistas trabalhistas e sociais é alvo do achincalhe escancarado de Paulo Guedes.
Pouco mais de um ano depois da posse, todos começam a perceber, com atraso, o que era claro desde o início. Bastava consultar os dicionários. A palavra “mito” tem também um sentido pejorativo, de “noção falsa ou infundada”. Ou de “ficção”, se assim preferirem.