Por Washington Luiz de Araújo, jornalista e chorão –
Assistia a um daqueles filmes de “câncer”, daqueles que a gente chora, mesmo sabendo que ele é feito para a gente… chorar. E eu ali, ao lado da companheira, resistindo para não demonstrar que uma lágrima teimava em rolar. Ela, já chorava de sem nenhuma cerimônia. Então, para mudar o rumo da coisa, enxuguei disfarçadamente a lágrima teimosa e questionei sarcasticamente: “Poxa, você é cinéfila e cai nesta armadilha de chorar em filme melodramático? Eu não caio nessa” Ela gaguejou e se entregou, dizendo que não teve como se conter. No outro dia, passei a assistir, sozinho no sofá, o filme “Pelé, o Eterno”. Não se passaram cinco minutos e eu estava chorando de soluçar. Minha companheira, passando pela sala, retrucou: “Caramba, ontem você me zoou por causa do meu choro durante o filme dramático e agora está aí se acabando todo em lágrimas vendo o Pelé fazendo gols?” Só respondi: “Eu não resisto”.
Gente, o Pelé foi o melhor jogador do mundo e ponto. Pequeno, tive o prazer de vê-lo jogar. Naquele dia também chorei. Ele foi completo: treinava muito, jogava muito, lutava bastante. Literalmente, suava a camisa., brigava pela bola.
Podem falar o que for sobre seus defeitos extracampo, pois o cidadão Edson andou aprontando e muito, fazendo muitos gols contra. Mas no campo, não teve igual . Tenho o prazer de ser amigo de Dorval, Mengalvio e Coutinho. Conheço Pepe, Lima, Edu. Conheci Zito. Todos eles enaltecem a “bola” jogada por Pelé. E, cá pra nós, acho que todos eles têm decepções com o cidadão Edson.
Ao completar 77 anos, que o cidadão Edson seja muito cumprimentado, muito festejado. Que os cumprimentos, que a festa seja para o atleta do século, Pelé. Aquele que me faz chorar ainda hoje.
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