Por William Novaes, jornalista
O dia que eu morri, disseram e daí? Minha mãe morreu mais uma vez. O pai ficou ainda mais calado. Nunca mais assistiu televisão ou ouviu rádio.
O dia que eu morri, morreram mais de 400 pessoas iguais a mim.
O dia que eu morri, eu morri duas vezes.
Me senti um lixo ou pra falar a verdade um nada.
O dia que eu morri, morreu a empatia num país onde todo mundo é supostamente feliz.
O dia que eu morri, vários empresários fizeram os seus funcionários implorarem de joelhos para morrerem também.
O dia que eu morri, foi um dia que amanhã será esquecido por outra barbaridade de quem manda aqui.