O domingo de um vascaíno

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Por Antonio Vergueiro* – 

Vasco e Flamengo é para mim o clássico de maior rivalidade carioca ou até brasileiro. Mais até que um Fla-Flu. Pois bem, em 27 de outubro ocorreu o clássico dos milhões, válido pela 28ª rodada do Brasileirão. O Flamengo, embalado por uma boa fase no campeonato, tentava em cima do seu maior rival mais uma vitória em busca da sonhada Libertadores. Já o Vasco, com um objetivo bem mais complicado e sem glamour, batalha desesperadamente contra o terceiro rebaixamento (segundo seguido), com um time que parece que finalmente resolveu acreditar e lutar com garra, bem organizado e motivado pelo técnico Jorginho.




vasco e flamengo

A torcida do Vasco, inclusive eu, estava confiante para o jogo, muito por conta do bom retrospecto recente contra o Flamengo, com três jogos e três vitórias. Por isso, eu imaginava que o estádio estaria lotado e estava bem cheio.

O jogo começaria às 16 horas, mas eu não tinha o ingresso ainda, por isso minha aventura de domingo estava se iniciando às 13 horas.

Saí da minha casa, em Botafogo, rumo ao Metrô, onde andei até o bairro do Estácio, que transfere para outra linha, onde andei mais duas estações  até chegar na do Maracanã. Na transferência de linhas, encontrei um grupo com uns 10 vascaínos da torcida organizada, Jovens, gritavam e batucavam nas paredes hinos e cantos cruzmaltinos, enquanto esperávamos o trem chegar. E chegou, mas não da forma como queríamos. Chegou com uns 50 torcedores da torcida Raça FLA, encapuzados gritando e xingando a gente.  Olhamos um para a cara do outro e, simplesmente, saímos correndo para o outro vagão. Vazio e, agora, vascaíno.

Quando enfim cheguei, comprei o ingresso com uma facilidade incomum e com uma hora de antecedência. Fiquei aguardando o início da partida.

O pré jogo para mim foi marcado pelo amor da torcida vascaína ao clube. O Vasco na situação que está não merece a torcida que tem, com as organizadas gritando e apoiando desde uma hora antes do jogo até 40 minutos depois dele acabado. Este apoio marcou o meu FLA-VAS.

No primeiro tempo, o Flamengo dominou a partida, deu mais chutes, até por que o Vasco não deu nenhum e teve mais posse de bola (61%), sendo que aos 11 minutos já estava na frente. A única coisa do Vasco que merece algum comentário no primeiro tempo foi a garra da torcida, mesmo em minoria comparada a do Flamengo.

O Segundo tempo foi completamente diferente. Nós, torcedores do Vasco, desanimados e decepcionados com a atuação pífia do primeiro tempo, esperávamos mais. Alguma coisa.

O time, que deve ter recebido uma boa conversa no pé da orelha do técnico, voltou outro. Voltou um Vasco que acreditava e lutava por nós torcedores. Atacou, chutou, tabelou, fez faltas (e muitas) e marcou. Enfim, demonstrou muita raça, saindo contemplado por uma virada com um gol de falta e um de pênalti.

Estava tudo muito calmo para um FLA-VAS, até a saída, que, como de costume, teve uma certa “porradaria” na entrada do Metrô. Os policiais, um pouco despreparados, jogavam bombas de efeito moral que me deixaram completamente cego e me obrigaram a recuar e pensar em uma outra forma de voltar pra casa. Essa forma foi andar cinco quilômetros até a estação Saens Peña, de onde pude sair para casa com calma.

No geral, tive um ótimo domingo, mesmo andando horas a pé e de transporte público, vendo um jogo que tecnicamente não foi bom, quase apanhando e ficando cego. Espero ter mais como este.

Antonio Vergueiro tem 15 anos e, como podem perceber, é vascaíno desde criancinha

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