Por Pio Redondo, jornalista, no Facebook
Durante parte da infância e da adolescência estive em uma escola pública. E partidária da ditadura.
No primário (1ª a 4ª), a gente apanhava de régua de madeira, daquelas grandes, se escrevesse na lousa uma fração colocando o número primeiro antes do traço.
Às vezes, a régua quebrava na cabeça de um aluno de dez anos. Ordem! E porrada, que as bruxas fascistas andavam soltas e empoderadas.
No ginásio (5ª a 8ª), o professor de História que ensinava a pensar, por meio da comparação de fatos e seu enredo, sumiu, como ninguém nunca soube.
No lugar dele veio um sujeito pegajoso para pregar a legitimidade da ‘revolução de 64’, em uma tal OSPB, moral e civismo – enquanto os ditadores torturavam e matavam.
Muita gente deixou de estudar, perdeu o gosto por aprender, pensar, ter compreensão do mundo em que vivia e, de certa forma, alguma autonomia.
Por isso, desde cedo, os secundaristas e a UNE lutavam contra o pensamento único – o do opressor – que pretendia transformar crianças em peças de reposição de uma fábrica.
Agora hoje, isso de volta? Contra a impostura do ensino imposto, #escolalivre !