Os jornais de domingo apenas confirmam: as pesquisas sobre Política viraram a Conceição da música de Cauby Peixoto: ninguém sabe, ninguém viu.
As pesquisas tornaram-se, na batalha pelo golpe, o combustível que alimentava parte fundamental
da campanha. O jornalismo político brasileiro já há muito tempo é movido pelos levantamentos sobre humores de opinião pública. Tanto que alguns criaram a expressão pejorativa “jornalismo pesquiseiro”.
De semanais antes, desde a posse Cunha-Temer as pesquisas simplesmente, como dizia a propaganda antiga, tomaram Doril. A razão não tem nada de misteriosa. É que obviamente, se for honesto, o levantamento vai apontar o óbvio: a dupla empoderada Cunha-Temer não tem legitimidade popular, além da carência do rito constitucional.
Na caminhada pelo golpe, pesquisas foram feitas no dia seguinte à divulgação ilegal do áudio da conversa entre Dilma e Lula. Quem conhece um pouco como a banda toca sabe que em situações idênticas, influenciada pelo bombardeio de mídia, o resultado é distorcido. Mas o objetivo foi cumprido, ainda que ao custo da perda de critérios científicos.
Não se conhece na História recente um hiato tão grande na divulgação de levantamentos do tipo após a posse de um novo governo. Mas isso será reparado em breve. Com a divulgação das delações seletivas de empreiteiras, como ensinou Jucá, a Conceição vai dar o ar da graça.
PS: grandes bancos e entidades empresariais com certeza têm em mãos pesquisas que atestam a impopularidade do governo interino