O tão comentado discurso do maior revolucionário vivo da história da América Latina, Pepe Mujica, pareceu um discurso de despedida.
Por Adriana do Amaral, compartilhado de seu BLog
Mas, foi um discurso de esperança!
O testemunho de um político que se despede dos eleitores, mas não se isenta de declarar o seu apoio àqueles em quem acredita.
Mujica falou aos militantes do #Uruguai, mas foi ouvido em toda a América Latina.
De certa forma, lançou um desafio e endossou a capacidade dos mais jovens em assumir o seu legado.
Pepe é um homem extraordinário!
Ele começou a sua fala agradecendo.
Primeiro a duas mulheres: sua esposa e a sua médica, pela vida toda e ao tempo que lhe resta.
Foi o líder inspirador de sempre.
Filosofou, poetizou, sem admitir tê-lo feito.
As frases ditas foram tão impactantes que ainda reverberam na minha mente
Ao assumiu a sua velhice, a sua doença, deixou transparecer a plenitude do seu espírito jovem.
Declarou-se próximo à morte, mas testemunhou a própria esperança:
“quando os meus braços se forem haverão milhares de braços substituindo a luta.“
Sábio, aconselhou que os melhores dirigentes são aqueles que garantem que outros lideres os superem,
Instigou os presentes – e a todos, todas, todes nós, com um pouquinho de espírito contestador- a acreditar, e se posicionar.
“os mais jovens vão viver uma mudança que a humanidade desconhece: a inteligência vai ser tão importante quanto o capital,”
Um homem que não deixou a noite de doze anos deter os seus sonhos.
Um homem que ousou mudar o mundo sem mudar a si próprio.
Mujica acredita na educação.
Na relevância da educação.
Na transformação social gerada pela educação.
Pepe disse “não ao ódio” e se despediu com um até sempre.
Por ser passado, pelo seu testemunho, pela sua história de resistência, pelo seu presente, Mujica é semente.